A área destinada ao plantio de soja na safra 2017/2018 deverá atingir 34,5 milhões de hectares. Na comparação com a temporada passada o aumento será de 1,9%. Os dados foram divulgados pela consultoria Céleres.
O crescimento de aproximadamente 600 mil hectares em relação ao ciclo passado é resultado de margens ainda remuneradoras e melhores do que outras culturas concorrentes no verão, sobretudo o milho. A expectativa é que boa parte do incremento na safra em questão virá em função da substituição de áreas de milho verão da atual temporada, principalmente no Sul do país.
A demora no acesso ao crédito agrícola oficial e as incertezas em relação à safra de soja nos Estados Unidos, e consequentemente, aos patamares de preços da oleaginosa na bolsa de Chicago (CBOT) são fatores que limitam um maior avanço na área plantada.
Segundo a Céleres, novos incrementos de área poderão acontecer se houver uma reversão nas expectativas da safra norte-americana e uma consequente melhora nos níveis de preços internacionais. Contudo, o intervalo apertado para o planejamento do produtor será um limitante para aproveitar uma possível melhora de preços.
A produção nacional da safra 2017/2018 deverá atingir 109,1 milhões toneladas de acordo com a consultoria, um recuo de 4,1% comparado com o ciclo anterior.
Produtividade
Considerando a tendência de produtividade das últimas quinze safras, o rendimento das lavouras nacionais poderá alcançar 3,16 toneladas por hectare, o que significa uma queda de 6% na comparação com a safra 2016/2017.
Assim como aconteceu no ciclo anterior, o pacote tecnológico a ser adotado na próxima safra poderá ser determinante para obter o nível de produtividade projetado. As movimentações de compra de insumos e as vendas para a próxima safra seguem atrasadas.
Rentabilidade
A consultoria aponta margens operacionais ainda positivas para o sojicultor nacional no próximo ciclo. O resultado médio no Brasil está estimado em R$ 784 por hectare, variando entre R$ 604 por hectare e R$ 1.063 por hectare.
Na comparação com a primeira análise da safra passada, a rentabilidade atual é 30% menor que o resultado projetado no período de preparação da última temporada. Os patamares de preços observados em Chicago, aliados à robusta melhora dos prêmios já ofertados para 2018, deverá manter preços remuneradores para os produtores nacionais.
Na última semana, por exemplo, os prêmios para março de 2018 estavam praticamente o dobro do observado no mesmo período para a safra passada. Além disso, os custos operacionais deverão ser, na média das praças 4% menores para a safra 2017/18, influenciado pela queda dos preços dos insumos importados, como químicos e fertilizantes.
No entanto, os preços de combustíveis, da mão de obra e principalmente das sementes de alta tecnologia tiveram reajustas para cima o plantio que se inicia nos próximos meses.