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Com preço da soja em alta, saiba qual é a melhor estratégia de comercialização

Analista de mercado explica os fatores que podem fazer o valor subir ou cair e se há riscos em segurar uma parte da safra para negociar depois

Daniel Popov, de São Paulo
Os preços da soja continuam subindo tanto no mercado interno quanto no externo. A média dos valores registrados em abril superam os altos patamares vistos em dezembro de 2016. Mas, será que o produtor deve vender tudo o que conseguir, ou deve guardar um pouco para tentar aproveitar preços ainda melhores, caso aconteça? O analista Luiz Fernando Gutierrez, da Safras e mercado ajudará nesta tarefa.

Em abril, praticamente todas as praças acompanhadas pela consultoria registraram preços 8% maiores se comparado a março. Em localidades mais distantes dos portos, como Rondonópolis (MT) e Dourados (MS), que normalmente apresentam valores abaixo dos R$ 67 por saca, os preços já superam os R$ 75. Em Cascavel (PR), os preços subiram de R$ 72 para R$ 79 por saca.

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Já nas praças próximas aos portos, como Santos (SP), Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS) os preços saltaram de R$ 79, para mais de R$ 87 por saca. Valores assim não são vistos desde a metade do ano de 2016, quando ainda se vivia a expectativa de a saca superar os R$ 100. “Há muito tempo não víamos valores assim. O momento está bom para o sojicultor brasileiro”, afirma Gutierrez.

Mercado internacional

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o complexo soja ainda trabalha com preços mais altos. O mercado tem estendido os ganhos, sustentado pela estimativa de uma queda na produção argentina para 38 milhões de toneladas. Além disso, o mercado segue monitorando a questão comercial entre os Estados Unidos e a China, cuja decisão de taxar ou não a soja deve sair na próxima semana.

Vender mais, ou esperar?

O momento atual é atípico, atesta o analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez. Após a colheita a tendência é de preços mais baixos, mas isso não está acontecendo devido há alguns fatores, como o impasse entre China e Estados Unidos.

Para ele, o momento é muito propício para as vendas, já que todos os fatores estão positivos para os produtores.

“O dólar chegando a patamares bastante elevados, coisa que só esperávamos a partir do segundo semestre, mas veio antes. Os prêmios também estão bons. A Bolsa de Chicago apesar de ter sofrido um ajuste negativo nos últimos dias, está em um bom patamar. E os portos pagando super bem pela saca. Isso tudo favorece novas vendas”, diz Gutierrez.

Quando perguntado se o preço pode subir ainda mais e se o produtor pode segurar um pouco do que colheu para tentar vender mais a frente, caso os preços subam ainda mais, o analista explicou que existem dois cenários para avaliar.

“Pode subir mais? Pode sim, até porque o dólar segue firme, Chicago pode voltar a subir devido a alguma questão climática nos Estados Unidos. Os prêmios por mais que tenham a tendência de voltar a baixar para patamares mais normais, por enquanto seguirão firmes”, afirma ele os pontos positivos.

“Mas também é preciso ponderar os fatores baixistas. Se o clima nos Estados Unidos melhorar, ou um acordo positivo entre os americanos e os chineses a respeito da soja sair, as cotações podem sofrer ajustes para baixo”, conta.

De qualquer maneira ele avalia que os preços atuais são bastante remuneradores e o produtor que optar por vender tudo agora não fará um negócio ruim. “Há riscos e há oportunidades, cada um deve avaliar a sua situação”.

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