Em Ipiranga do Norte (MT), tem sojicultor que desistiu do replantio da soja e já corre para cultivar o algodão
Canal Rural | Ipiranga do Norte (MT)
A escassez de chuvas em Ipiranga do Norte, em Mato Grosso, derrubou a produtividade da soja e muitas áreas nem foram semeadas. Os agricultores já pensam se vale a pena ainda investir na oleaginosa ou apostar em outra cultura.
Eder Paulo Marcussi, que é gerente de uma fazenda na região, é um exemplo. Ele está em duvida se vale a pena se vale replantar a soja. O cultivo do grão ocupou cerca de 10.700 mil hectares, mas mais de 300 hectares já foram perdidos. Nesta área, o produtor vai optar pelo algodão, que já começa no prejuízo.
– Não estava programado esse plantio, por isso vem este prejuízo. Com o custo operacional, a semente e os insumos ficarão para o algodão pagar. Então vamos entrar praticamente no vermelho – explica.
• Clima seco favorece ataque de lagartas em Nova Ubiratã (MT)
Notícias Relacionadas
Com a janela de plantio da soja encerrada há quase um mês na região, a orientação é cautela.
– A janela ideal para nossa região é entre 1º de outubro até 10 de novembro. Daí pra frente, nós estamos em um momento mais crítico para a produtividade. Um fator muito importante que nós devemos avaliar antes de fazer um replantio de uma área, é se vale correr o risco com mais pragas e menos produtividade – explica o engenheiro agrônomo Celso Luiz Prediger.
Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Valcir Batista Gueno, o clima este ano está bem diferente. Muitos produtores estão sofrendo com a escassez de água. Algumas áreas nem foram semeadas. Enquanto que, nesta mesma época, todo o plantio estava finalizado.
– Um fato que o produtor tem que observar é o estande, entre 200 e 250 mil plantas por metro não vai afetar o rendimento da soja. Só que ao tomar a iniciativa de não mexer na lavoura, ele vai ter que contar com a chuva daqui para frente para um bom desenvolvimento. É melhor aguardar um pouco, até o clima melhorar – orienta o consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann.
Veja a reportagem:
