– No ano passado a gente vendia por R$ 110, R$ 115. No mínimo teria que ser por R$ 100 no irrigado, porque o custo é alto. Hoje chega a R$ 2,5 mil, R$ 3 mil o hectare – afirma Mazocco.
Diante do cenário, o produtor decidiu estocar 3 mil sacas de feijão, mas já sabe que não poderá esperar muito tempo para vender. Ele procurou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mas afirma que não conseguiu comercializar o grão pelo programa de aquisição do governo federal.
– Eu fiquei sabendo que está parada a compra do feijão e isso dificulta muito. Vou ter que ficar com o prejuízo, porque o feijão não é um produto que possa guardar por muito tempo. Quanto mais ele vai perdendo a qualidade, mais perde preço. Tem que acabar vendendo pelo preço que tiver – diz o produtor.
O Ministério da Agricultura explica que, nos últimos dois meses, disponibilizou R$ 60 milhões em AGF e admite que não foi o suficiente para elevar o preço.
– Sem dúvida, por conta da super oferta de feijão, esses R$ 60 milhões não serviram ainda para trazer o preço de mercado acima do preço mínimo. Então, a gente vai continuar com esse processo de aquisição de AGF. Estamos finalizando esses últimos números com o Ministério da Fazenda e com o Tesouro, mas a gente já pode afirmar que vai continuar com as compras e aquisições em setembro – explica o secretário de Política Agrícola do Ministério, Seneri Paludo.
Para Paludo, a desvalorização do produto no mercado não deve comprometer a próxima safra.
– Essa super oferta que está tendo o feijão está depreciando muito forte os preços e isso fica marcado pelos produtores. Se você olhar ao longo dos anos e as estatísticas recentes, a área de feijão e a produção têm sempre se mantido dentro de um patamar que segura a oferta no mercado nacional.
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