Município consegue produzir três culturas no mesmo ano e isso dá vantagem para os agricultores buscar mais lucro; Caravana passou pela cidade nesta quarta
O município de Ubiratã, no noroeste do Paraná, tem um privilégio para poucos. Os agricultores da região conseguem cultivar três safras por ano: soja, milho e trigo. No caso da soja, a colheita deve ocorrer em janeiro, se o clima ajudar.
• Produtores já estimam quebra de safra no Paraná
Dos 55 mil hectares de soja de Ubiratã, a maior parte das lavouras já está na fase de enchimento de grãos. A perda de produtividade é uma possibilidade, devido ao excesso de chuva nas últimas semanas.
– O excesso já acarretou prejuízo, já observamos a presença de fungos do solo, tivemos alguns replantios, mas bem esporádicos. O que mais preocupa neste momento é a falta de luz – afirma o engenheiro agrônomo da Coagril Marcos Antônio Rosseto.
Na região, parte dos agricultores costuma cultivar a segunda safra de soja. Mesmo oferecendo produtividade menor, o agricultor Rogério Saran de Alencar vai apostar na safrinha em 2016 pela última vez. A partir de 2017, a prática está proibida no Paraná por questões fitossanitárias.
Cultivar três safras diferentes em um curto espaço de tempo pode ser um diferencial de mercado. E este assunto foi tratado na passagem da Caravana Soja Brasil pelo município nesta quarta, dia 9. Os produtores puderam tirar dúvidas para aproveitar melhor esta vantagem.
– O grande diferencial é que eles são únicos. Não conheço nenhum outro lugar que seja possível fazer três safras. Eu só vejo vantagem nisso. Conseguindo montar uma estratégia de comercialização, vendendo antes e administrando os preços, o agricultor pode ganhar muito – lembra o analista da consultoria Safras & Mercado Luiz Fernando Roque.
Caravana Soja Brasil
O auditório móvel do Canal Rural foi o local das palestras, que reuniu dezenas de agricultores no centro de Ubiratã para acompanhar o evento. Especialistas de diversas áreas falam direto ao produtor rural, sem intermédio. Uma troca de experiências que faz a diferença.
O presidente do Sindicato Rural do município, Osmar Bertoli Junior, aprovou o evento. Quanto à safra na região, o dirigente não acredita em trégua da chuva, mas ressalta que o produtor deve fazer o trabalho dele bem feito.
– É um motivo de orgulho a presença do Soja Brasil. O produtor sabe muito da porteira para dentro, mas, da porteira para fora, o agricultor precisa buscar informações. Aqui, o produtor sai com as melhores ferramentas para fechar a safra bem – comenta.
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