Foram encontrados alojamentos inadequados e colchões improvisados sendo utilizados como quarto.Os locais foram vistos pelo grupo que há dois meses percorreu quatro municípios gaúchos.
? A fiscalização parte geralmente de uma denúncia. Então é articulado via Brasília, pelas duas instituições, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho e Emprego, com o auxilio e apoio da Polícia Federal. O objetivo é exatamente observar in loco, nas frentes de trabalho, as condições a que estão submetidos os trabalhadores. A operação se desenvolve em absoluto sigilo, sem o conhecimento dos empregadores e também, muitas vezes do sindicato dos trabalhadores pra que não haja nenhuma interferência nas verificações ? explica a procuradora do trabalho Sheila Ferreira Delpino.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho, a ação beneficiou 379 trabalhadores.
? Uma vez verificada a degradância ou as condições de degradância, a chamada condição análoga de escravo, a primeira medida tomada pelo grupo é cessar o desenvolvimento das atividades e em seguida se descobre quem é o empregador. Os próprios trabalhadores informam e com a parada imediata das atividades, esses trabalhadores são retirados do local pelos próprios empregadores e são garantidas a todos eles os direitos, o cumprimento da legislação trabalhista a que eles fazem jus por conta do trabalho subordinado ? complementa a procuradora.
Segundo o Ministério do Trabalho, em 2001, foram realizadas 29 operações de fiscalização no país. Em 2010, foram 141. Em 2001, 1,305 mil trabalhadores foram resgatados. O número subiu para 2,617 mil em 2010. Também cresceu o número de contratos formalizados após a fiscalização de 2,164 mil para 2,721 mil.
A Federação da Agricultura do Estado não tem registros de trabalho escravo nas propriedades rurais.
? No Rio Grande do Sul, nós zelamos muito pelas relações trabalhistas. Primeiro, porque a riqueza de produção e da produtividade está ligada a satisfação dos trabalhadores, que eles tenham salários dignos e condições de trabalho compatíveis com a função que exercem. Nós temos também com a nossa co-irmã Fetag, que tem interesses efetivos e defende enfim, o seu setor, o setor do trabalhador, nós temos convenções de trabalho e não temos registros dos nossos filiados ligados a Farsul, que eles tenham se utilizado de trabalho escravo em nenhuma condição, em tempo nenhum ? afirma o assessor jurídico da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Nestor Hein.