? Felizmente, o Mercosul está mostrando muita vitalidade ? disse Cordeiro, acrescentando que o objetivo do bloco é tornar-se uma área de livre comércio e um mercado comum dentro de quatro anos.
Segundo o embaixador, a maior parte do comércio ocorre entre o Brasil e a Argentina e, recentemente, as empresas brasileiras investiram mais de US$ 10 bilhões no país vizinho, enquanto os argentinos investiram US$ 4 bilhões no Brasil.
No entanto, como em muitos relacionamentos, a união entre os dois países às vezes passa por obstáculos. Executivos de redes de supermercado da Argentina afirmaram recentemente que o secretário de Comércio, Guillermo Moreno, pediu em uma reunião que essas empresas parassem de importar alguns produtos do Brasil e de outras nações.
Segundo os importadores, Moreno espera com isso estimular um superávit na balança comercial argentina. O pedido, no entanto, nunca foi formalizado, o que permite à presidente do país, Cristina Kirchner, afirmar que não há restrições à entrada de bens brasileiros. Cordeiro disse que esses obstáculos são algo normal dentro das negociações comerciais.
? Todas as vezes em que há comércio entre dois países, haverá conflitos. Eu não dramatizaria esses conflitos. Isso não é um problema. Seria um problema se não tivéssemos a disposição para resolver conflito, e nós temos essa disposição ? avaliou.
Ele acrescentou que o comércio entre Brasil e Argentina cresceu 50% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado. Embora os dois países tenham resolvido diversas disputas ao longo dos últimos anos, o Mercosul como um todo encontra dificuldades para chegar a um consenso sobre regras alfandegárias comuns – pré-requisito para a criação de uma verdadeira área de livre-comércio.
? Não acho que será possível concluir um acordo sobre um código aduaneiro na reunião de cúpula que ocorrerá nos próximos dias. Isso levará mais tempo ? afirmou Cordeiro.
As informações são da Dow Jones.