O destaque do mês de fevereiro foi o aumento de 18% no preço médio da carne embarcada, que atingiu US$ 3.533 por tonelada.
? O preço médio nos surpreendeu ? disse o diretor executivo da Abiec, Otávio Cançado.
Os exportadores brasileiros conseguiram renegociar preços com os importadores para compensar o real valorizado, que prejudica a rentabilidade das exportações. Segundo ele, a retomada da demanda contribuiu para que os brasileiros vencessem a queda-de-braço com os compradores da carne brasileira.
Para 2010, mesmo que o real apresente desvalorização em relação ao dólar, o representante da Abiec acredita que será possível promover novos reajustes.
? Se a demanda continuar se recuperando, podemos ter novos aumentos de preço ? disse Cançado nesta terça a jornalistas.
Apesar de os importadores tentarem baixar os preços da carne brasileira quando o dólar sobe, já que a remuneração do exportador na moeda local também aumenta, Cançado diz que um câmbio mais desvalorizado favorece o Brasil nas relações comerciais.
? Temos maior capacidade de negociar, principalmente se houver aumento de demanda e eles precisarem da carne brasileira ? afirma.
O baixo nível dos estoques nos países importadores e a queda no fornecimento de alguns dos principais produtores mundiais, como Argentina e Austrália, contribuem para formar a expectativa de aumento do preço médio de exportação da carne brasileira. Cançado reafirmou a expectativa de crescimento de 10% em volume e de 15% na receita obtida com as exportações de carne bovina para este ano.
Destinos
No primeiro bimestre de 2010, a Rússia foi o principal destino das exportações de carne in natura, recebendo 26% do total embarcado. O Irã ficou com a segunda posição, com uma fatia de 18%, mas apresentou a maior taxa de crescimento (195% em volume).
Em seguida aparecem Hong Kong (com participação de 11%), Venezuela (7%) e Egito (5%). Entre os principais importadores da carne bovina brasileira, a Argélia foi o único país a apresentar queda em volume nos dois primeiros meses do ano (-12%).