A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados debate na próxima quarta-feira, 1º, o impacto das geadas na produção agrícola.
“As intensas geadas que caíram sobre as lavouras e pastagens no Brasil e, em especial em Minas Gerais, impactaram de forma trágica, levando milhares de produtores rurais a uma situação de extrema dificuldade”, alerta o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), um dos parlamentares que pediram a realização da audiência. “É imprescindível uma ação imediata de apoio aos produtores rurais que tanto trabalham e ajudam o Brasil”, complementa.
Já o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que também propôs o debate, quer discutir o prejuízo causado especificamente à produção cafeeira. Segundo ele, a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) estima que as geadas de julho atingiram mais de 20% dos hectares de café arábica. Já a Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) afirma que mais de 500 municípios de Minas Gerais foram afetados.
“As perdas para os cafeicultores mineiros foram vultosas: 156 mil hectares atingidos, 9.500 produtores, até 70% das plantações, representando uma perda de quatro milhões de sacas de café em 2022”, calcula. “Já em São Paulo quase todas as plantações do estado foram atingidas, com seus prejuízos perdurando até 2024.”
Diante desses números, Melo quer discutir programas emergenciais que amparem os produtores de café.
Por sua vez, o deputado Zé Silva (Solidariedade-MG) pediu a audiência para avaliar os prejuízos causados pelas geadas aos produtores de hortaliças. “Há registros de que as hortaliças foram as mais afetadas no sul de Minas. Já em São Paulo 40% das áreas de alface crespa 25% já foram descartadas e 20% de americana”, afirma o parlamentar acrescentando que as baixas temperaturas também afetaram as produções de banana, laranja, manga, uva, tangerina, batata e tomate.
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Representantes do Ministério da Agricultura, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Conab e da Embrapa vão participar da audiência.