Uma comitiva com integrantes da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), da Casa Civil, da Fundação Araucária e da Associação Brasileira da Seda visitou durante esta semana propriedades de produção e indústrias da seda na Índia. O objetivo é conhecer modelos que possam ser implantados ou adaptados para melhoria dessa cadeia no Paraná.
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Nesta segunda-feira (14), o grupo visitou um mercado de casulos de seda em Ramanagara, no estado de Karnataka, no Sul da Índia. No estabelecimento estão expostos produtos de 34 indústrias. “É a democracia da comercialização, em que os preços são estabelecidos em um painel tendo como base a qualidade dos casulos apresentados”, disse o secretário de estado da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, que lidera a comitiva.
Posteriormente estiveram em uma indústria construída pelo filho de um sericicultor, que conseguiu subsídio governamental de 75% para instalar os equipamentos. Essa indústria dá suporte para cerca de 5 mil sericultores indianos. O dia foi encerrado em um instituto de pesquisas e treinamento industrial na cadeia da produção de seda.
“É uma mudança de concepção no funcionamento dessa cadeia, em relação àquilo que a gente tem no estado. É um modelo de produção diferente do nosso e que pode nos ajudar em muito no avanço”, afirmou o secretário. “Estou muito surpreso com o que vi no campo, a qualidade dos amorais, a produção e principalmente com o modelo de atividade”.
A sericicultura é uma das atividades importantes da agropecuária indiana. Ela se estende por todo o território, envolvendo aproximadamente 100 mil produtores, sobretudo em pequenas propriedades. O país é o segundo maior produtor de seda do mundo, atrás apenas da China, movimentando cerca de US$ 16 bilhões.
Seda no Paraná
O Paraná está consolidado como líder nacional na produção de casulo de bicho-da-seda, atividade exercida por pequenos produtores rurais que se dedicam à cultura como diversificação agrícola para geração de renda. O Paraná produz aproximadamente 86% da seda do Brasil, seguido por São Paulo (10%) e Mato Grosso (4%). A produção paranaense é exportada para países como França, Itália, Japão, Índia e China.
Em 2023 a sericicultura rendeu ao estado R$ 39,2 milhões, com a produção de 1,4 mil toneladas, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral). O município de Nova Esperança, no Noroeste, considerado capital nacional da seda, lidera a produção, com 138,8 toneladas de casulos produzidos em 277,6 hectares, que geraram um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 4,1 milhões no ano passado.
Dos 399 municípios paranaenses, 153 atuam com a sericicultura. A atividade envolve cerca de 1,3 mil produtores no estado.
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