? Os preços das commodities foram os que tiveram as maiores influências no IGP-DI em setembro por conta da demanda externa forte e da alta do dólar ? disse Agostini.
Ele chamou a atenção para a valorização do café em grão (de 0,97% em agosto para 9,57% em setembro), da soja (de 2,69% para 5,49%) e do milho (de -3,13% para +3,33%). Além do farelo de soja (de 0,45% para 8,94%) e do minério de ferro (de 2,10% para 3,66%), esses produtos integram o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que subiu de 0,77% para 0,94% em setembro.
? São aumentos que logo podem influenciar os custos ao consumidor. Podem demorar, mas chegam. Soja e milho, por exemplo, são insumos básicos para ração animal e tendem a refletir nos preços das carnes de frango e bovina ? destacou.
Segundo o economista, é pouco provável que os preços tanto no atacado quanto no varejo deem uma trégua nos próximos meses.
? Apesar da expectativa de uma crise externa desinflacionária esperada pelo Banco Central, isso não deve acontecer tão já. A demanda interna segue aquecida, temos o efeito “pass-through” (repasse cambial para os preços no atacado e no varejo) e o governo também tem adotado medidas de estímulo ao consumo para manter o emprego forte ? disse.
Dentro do IGP-DI, Agostini ressaltou a alta do IPC-DI, de 0,40% em agosto para 0,50% no mês passado, puxada principalmente pelo grupo Habitação (de 0,38% para 0,65%), com destaque para aluguel residencial (de 0,72% para 0,91%).
? É uma preocupação por conta do aumento de serviços e do aluguel, que estão subindo em razão dos IGPs que são os indexadores, e que não estão baixando a guarda ? observou.