Preocupações com a macroeconomia e com a geopolítica continuam a dominar esses mercados. O movimento de grandes somas de dinheiro por conta da recomposição de ambos os índices pode romper esse padrão, ao menos momentaneamente.
Os índices em si não compram ou vendem qualquer ativo, mas são acompanhados por fundos mútuos, fundos negociados em bolsas (ETF’s) e outros tipos de investidores que baseiam seus negócios nesses indicadores. Combinados, esses investimentos representam bilhões de dólares. De acordo com estimativas do Morgan Stanley, metais, grãos e soft commodities (cacau, café, açúcar, algodão e suco de laranja) devem receber um fluxo de cerca de US$ 1 bilhão como resultado do rebalanceamento dos índices nesta semana. Os subíndices de energia devem registrar uma saída de US$ 660 milhões.
– Muitas das maiores mesas de negócios estão atentas. Existe a percepção de que haverá algumas oportunidades de lucro decorrente do evento – afirmou o chefe de pesquisa e estratégia de investimentos da ETF Securities, Nicholas Brooks.
Os mercados de commodities que devem ser os mais afetados são aqueles com um mínimo de liquidez para absorver os grandes movimentos de dinheiro. Há potencial impacto de alta nos mercados de açúcar, níquel, algodão, trigo e zinco, embora analistas digam que as mudanças nos índices já tenham sido em grande parte sido precificadas. Ainda assim, eles continuarão atentos para movimentos anormais.
– Haverá, provavelmente, compras relacionadas a essa recomposição dos índices, então devemos ver alguns movimentos estranhos. Mas no final o mercado deve reequilibrar-se por si mesmo. Então, acredito que o evento não terá efeito de longo prazo – disse Simon Wardell, gerente de pesquisa, da IHS Global Insight.