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PERSPECTIVAS DE MERCADO

Como a soja se comportou no mês de julho e o que está por vir

Comportamento favorável do mercado doméstico esteve ligado ao desempenho dos contratos futuros, que subiram 4,07% no mês

Os preços da soja se recuperaram em julho no mercado brasileiro, acompanhando a melhora do cenário externo. Com isso, os produtores aproveitaram o momento favorável e comercializaram bons volumes.

As primeiras indicações para a próxima temporada são de safra recorde e exportações beirando a casa de 100 milhões de toneladas.

Soja valorizou na semana

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos estava cotada a R$ 152,00 no dia 27, com valorização
de 9,35% na comparação com 30 dias atrás.

Já em Cascavel (PR), o preço subiu 10%, chegando a R$ 143. Em Rondonópolis (MT), a cotação avançou 11,3% para R$ 128.

No Porto de Paranaguá, por sua vez, foi registrada valorização de 9,29% ante 27 de junho, chegando a R$ 153.

Fatores que levaram à alta

seta formada com soja apontando para notas de 50 reais - preço da soja
Foto: Daniel Popov/ Canal Rural

O melhor comportamento do mercado doméstico esteve ligado ao desempenho dos contratos futuros
na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).

No período, os vencimentos de novembro subiram 4,07%, atingindo a casa de R$ 13,98 por bushel. Nas máximas do mês, a referência foi superior a US$ 14,20.

A elevação no exterior decorre do “mercado de clima”. As projeções de poucas chuvas e temperaturas elevadas está fazendo com que se revise para baixo o potencial produtivo da safra norte-americana.

Além disso, logo na abertura do mês, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreendeu ao indicar uma área plantada bem abaixo da projetada pelo mercado.

Exportações de soja

Foto: Ivan Bueno/AnP

As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 99 milhões de toneladas em 2024, acima das 95 milhões indicadas para 2023.

A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por Safras & Mercado, e indica um aumento de 4% entre uma temporada e outra.

A consultoria indica esmagamento de 55 milhões de toneladas em 2024 e de 53,4 milhões de toneladas em 2023, com uma elevação de 3% entre uma temporada e outra. Safras não aponta importações para
2024 e manteve estimativa de 150 mil toneladas para 2023.

Em relação à temporada 2024, a oferta total de soja deverá aumentar 7%, passando para 171,531 milhões de toneladas. A demanda total está projetada em 157,7 milhões de toneladas, crescendo 4% sobre o ano anterior.

Desta forma, os estoques finais deverão subir 70%, passando de 8,13 milhões para 13,831 milhões de toneladas.

Produção de farelo e óleo

Safras trabalha com uma produção de farelo de soja de 42,3 milhões de toneladas em 2024, subindo 3%. As exportações deverão cair 2% para 21,5 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 20 milhões, aumentando 8%. Os estoques deverão subir 31% para 3,34 milhões de toneladas.

A produção de óleo de soja, por sua vez, deverá aumentar 2% para 11,1 milhões de toneladas. O Brasil
deverá exportar 2,2 milhões de toneladas, com queda de 12%.

Já o consumo interno deve subir 5% para 9 milhões de toneladas. O uso para biodiesel deve aumentar 13% para 4,5 milhões de toneladas. A previsão é de estoques recuando 21% para 295 mil toneladas.

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