Como as culturas do Paraná estão reagindo às geadas, registradas em grande parte do estado no último fim de semana, combinadas às mudanças bruscas de temperaturas e ao inverno atípico.
Segundo informações do Departamento de Economia Rural do estado (Deral/PR) publicadas esta semana, as chuvas que a forte queda de temperatura e as geadas foram favoráveis, de maneira geral. O café está em fase final de colheita, e os grãos colhidos estão em processo de secagem e armazenamento para comercialização.
Na cultura do milho, ainda restam alguns talhões a serem colhidos e os trabalhos foram parcialmente interrompidos devido à alta umidade dos grãos. Ainda assim, os trabalhos estão bastante adiantados em relação à safra anterior.
Em regiões onde a pluviometria ajudou o desenvolvimento, alguns produtores que haviam semeado milho para ensilar acabaram colhendo grãos. Já em regiões afetadas pela seca, os produtores enfrentam dificuldades para cobrir os custos e a comercialização segue lenta.
A cultura da batata 2ª safra continua sendo colhida, com produção dentro do estimado. A colheita do morango em regiões mais quentes, que costuma começar em junho, teve início em agosto devido ao clima atípico. As altas temperaturas afetaram o desenvolvimento da cultura, que tende a ter uma produtividade inferior à dos anos anteriores.
A colheita de cana-de-açúcar segue seu ritmo normal, beneficiada pelas condições climáticas. Nas áreas de mandioca segue a colheita e o preparo de novas áreas de plantio. Os técnicos do Deral relatam que os produtores estão desanimados com os preços praticados nos últimos meses.
A maior parte do trigo está em florescimento e frutificação, fases suscetíveis a perdas por frio excessivo, porém a cultura não deve sofrer maiores impactos dada a baixa intensidade das geadas. Também se destaca o uso de cultivares de ciclo longo, que mesmo plantadas mais cedo tendem a ficar suscetíveis a geada fora do período mais frio do ano.
Pontualmente, as colheitas de trigo continuaram no Norte e Oeste e apresentam baixas produtividades ocasionadas pela falta de chuvas adequadas e o clima quente. Já no Sul e Sudoeste, até o momento, o desenvolvimento das lavouras de inverno está dentro das expectativas.
Há uma incidência de doenças fúngicas mais acentuada, mas com o controle sendo efetivado pelos produtores. Preocupa o aumento de manchas foliares e a forte pressão de oídio no colmo e nas folhas em alguns talhões. Já se observa também o ressurgimento de pulgões.
Para a cevada, assim como para as demais culturas de inverno, os tratos culturais predominam a campo. Como exemplo, a aplicação de inseticidas e fungicidas.
Os produtores estão animados com a cultura da cebola, que está tendo ótimo desenvolvimento e bons preços no momento. Eles estão investindo na aplicação de insumos, como a adubação de cobertura, e na irrigação, especialmente nas áreas plantadas mais cedo e que foram feitas com máquina a vácuo. Na última semana, alguns produtores ainda estavam concluindo suas atividades de implantação, com o transplante das mudas a partir dos canteiros.
Na região Sul, a produção de silagem de aveia e azevém, amplamente utilizada na alimentação do gado leiteiro, tem ajudado a manter a produção estável durante o inverno, especialmente.
A banana nanica segue com os preços em alta. Um dos motivos da valorização é a redução da oferta nas regiões produtoras. Devido ao clima deste ano, com pouco frio, houve brotação antecipada das gemas das frutíferas de inverno, e já foi realizada a quebra de dormência com produtos específicos nos pés de maçã, pêssego e ameixa. Essas culturas correm risco caso haja geada forte até o início de setembro.
Os produtores de arroz irrigado continuam o plantio das áreas cultivadas com arroz pré-germinado.
Os plantios de batata e tomate estão acontecendo de maneira escalonada, e começou também o plantio da batata salsa. Os produtores estão se preparando para iniciar o plantio da safra de verão, e já se observa muitas lavouras dessecadas.
Pontualmente, a ocorrência de geadas prejudicou as pastagens mais ao Sul do estado. No Noroeste e também em parte do Norte persiste a situação precária das pastagens em função da estiagem, e os produtores estão complementando a alimentação do gado de corte e de leite com ração, silagem e outros alimentos. (Informações e texto: Boletim Deral).