Para o presidente da Unica, Marcos Jank, o acordo representa progresso, resultado do imenso esforço do setor em pesquisa e desenvolvimento.
? Quando lembramos que a cana foi a primeira atividade econômica documentada da história do Brasil – e hoje pode ser considerada o que há de mais arrojado em termos de energia limpa e renovável -, é este tipo de iniciativa que esperamos de grandes companhias brasileiras. O futuro da cana aponta para inúmeras vertentes, todas elas caracterizadas por tecnologias de ponta, como este acordo que acaba de ser firmado ? avaliou.
O projeto para o uso do bioquerosene é resultado de uma parceria entre a Embraer, a multinacional Amyris, especializada no desenvolvimento de biotecnologias, e a General Electric, fabricante de motores para jatos. Durante o anúncio do memorando de entendimento entre as companhias, em São Paulo, acordou-se que o voo, daqui a três anos, será comandado pelo diretor de operações da Azul, Miguel Dau, e usará uma mistura de 20% a 50% do biocombustível misturado ao querosene normal de aviação.
O bioquerosene, desenvolvido pela empresa americana Amyris, companhia com seis anos de vida, será fabricado a partir de uma das etapas da produção do etanol. Após a fermentação do caldo da cana, o material que dará origem ao combustível será separado por um processo de centrifugação, ao contrário do etanol, obtido por meio da destilação.
Com a adoção do querosene de origem renovável, a Azul pretende resolver antigas questões econômicas e ambientais. Além de reduzir sua dependência pelos combustíveis de origem fóssil, que hoje representam entre 30 e 40% dos seus custos, a empresa diminuirá significativamente suas emissões de gás carbônico (CO2), que provocam o aumento do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global.