Por meio de sua assessoria de comunicação, a Cosan informou que não se pronunciará sobre o impasse judicial com a Albertina. Credora da companhia, a gigante do setor sucroalcooleiro votou contra a decisão de venda dos ativos agrícolas para a LDC-SEV Bioenergia, por R$ 180 milhões, no final de 2011, e recorreu da decisão da Justiça de homologar o acordo.
– A Cosan recorreu e deve ir para as instâncias jurídicas superiores, enquanto 94% dos outros credores concordaram na assembleia. Esse credor traz um nível de incerteza jurídica que prejudica a negociação do parque industrial -, disse Marcelo Milliet, gestor da Albertina.
O Grupo Cosan foi procurado pela Agência Estado, por meio da assessoria de comunicação, mas ainda não se manifestou. Em ocasiões anteriores, a companhia informou que não iria se posicionar até uma decisão final da Justiça sobre o caso.
Segundo Milliet, apenas 20 funcionários foram mantidos na empresa, 14 deles seguranças para o parque industrial. A Albertina mantém a usina capaz de processar 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar por safra, um armazém para a estocagem de 2,2 milhões sacas de açúcar e tanques de álcool capazes de guardar 30 milhões de litros do combustível. De acordo com o gestor, a empresa seguirá apenas com algumas operações agrícolas remanescentes na região de Presidente Prudente (SP).
Milliet afirmou que os sindicatos das categorias demitidas já foram informados da decisão, que todos os salários estão em dia e que todas as homologações serão pagas.
O executivo comunicou ainda que as operações agrícolas da Albertina e as parcerias com produtores de cana da região de Ribeirão Preto, interior paulista, já foram assumidas pela LDC-SEV Bioenergia.
A operação prevê o pagamento inicial de R$ 20 milhões, valor utilizado para a quitação de dívidas com funcionários restantes, os demitidos e os credores fora da recuperação judicial. Os R$ 160 milhões restantes, valor relativo à aquisição dos ativos agrícolas, serão pagos aos credores da recuperação judicial em 12 anos.