A compra de terras brasileiras por estrangeiros deve ser autorizada em 2017, na opinião do analista e agrônomo da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros. “Vão ter regras. Fundos soberanos, por exemplo, não devem ter acesso”, disse ele, durante o Encontro de Analistas da Scot Consultoria, realizado nesta sexta-feira, dia 25, em São Paulo.
Barros acrescentou que a mudança na legislação brasileira sobre a compra de terras não deve ter influência significativa para os preços dos ativos. “Apetite tem, movimento e interesse, mas não vamos imaginar também que vai explodir”, afirmou. Ele lembrou que existem atualmente outros fatores influenciando o mercado de terras. Como exemplo ele citou a forte recuperação do setor sucroenergético no interior de São Paulo, “que não é desprezível”.
Durante o debate, Guilherme Belloti de Melo, do Itaú BBA, afirmou que a abertura deve aumentar o nível de liquidez do mercado de terras. Ele ponderou que a percepção que se tinha anteriormente de que a mudança iria estimular empresas e impulsionar os preços está um pouco diferente. “Essa precificação não é mais obvia”, afirmou.
O professor e pesquisador, Sérgio de Zen, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) lembrou, ainda, que a expansão de terras agrícolas no mundo é limitada. “A África seria uma possibilidade, mas lá a questão política é um impeditivo”, disse. Ele ressaltou que, historicamente, quando a produtividade da agropecuária brasileira aumenta, o preço das terras diminui.