• Com supersafra, preço da saca de feijão cai 40% e preocupa produtores do Distrito Federal
A compra será feita por meio da operação de Aquisição do Governo Federal (AGF), com recursos que totalizam R$ 45 milhões, disponibilizados pelo Tesouro Nacional. A subvenção visa garantir o preço mínimo de garantia.
Segundo levantamento da Conab, para comprar o feijão estocado nos armazéns do órgão em todo o Brasil seria necessário R$ 51 milhões. Paludo explicou que conseguiu o recurso de R$ 30 milhões junto ao Tesouro Nacional. A verba deve se depositada até esta quarta, dia 1º, e se juntar com os R$ 15 milhões que a Conab tem disponível.
• Sem garantia de preço mínimo, produtores de feijão têm prejuízos
Os R$ 45 milhões serão distribuídos proporcionalmente de acordo com a demanda de cada Estado, onde a participação de Goiás é da ordem de 24%. Os produtores goianos vão receber 24% da verba liberada.
– Estamos cientes de que o total (R$ 45 milhões) não é o suficiente para suprir 100% da demanda, mas já é um começo. Na segunda quinzena de outubro, vamos voltar ao Tesouro e brigar pela verba faltante – explicou Sereni Paludo.
Segundo o vice-presidente da Faeg, Bartolomeu Braz, a maior preocupação da entidade é com o feijão que será colhido futuramente, já que se o governo não comprar o grão que está nos armazéns da Conab, um grande estoque será formado. Para Braz, o preço, que já está muito abaixo do mínimo, poderá sofrer uma queda ainda mais expressiva.
– Devido ao vazio sanitário em Goiás, não ocorrerá colheita nos próximos meses e a nova safra será colhida entre janeiro e fevereiro. Precisamos estar preparados e o mercado tem que estar pronto para absorver a produção – reforça Bartolomeu Braz.
Verba
Ainda segundo a Conab, Goiás precisa receber cerca de R$ 13 milhões para conseguir comprar todo o estoque de grãos. Na prática, o Estado receberá, a partir desta quarta, dia 1º, cerca de R$ 10,8 milhões – o que representa 24% da verba total liberada.
Os produtores acreditam que não haverá mudanças no levantamento da Conab que se refere ao valor necessário para a compra do feijão goiano, pois todos os armazéns estão lotados. Eles relembraram que Goiás é o 2º com maior demanda de recursos e que no mês de agosto o Estado não recebeu nada.
Seneri Paludo fez questão de explicar que ao longo do mês de agosto nenhum Estado recebeu a verba destinada para a compra do feijão.
– Alguns estados dispunham de recursos que haviam sido liberados em julho, mas que não foram aplicados devido a dificuldades operacionais – afirma.
Mercado do feijão
A oferta do grão aumentou em 2014, o que derrubou as cotações. Estima-se que, somando as três safras do grão, o Brasil colheu em 2014 um total de 3,42 milhões de toneladas, representando um aumento de 21% em comparação com o ano passado (cerca de 2,84 milhões de toneladas).