Conab descarta disparada nos preços do arroz e feijão

Segundo diretor da companhia, oferta de grãos não deve ficar escassa no paísO diretor de Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, descartou que as quebras na produção de arroz e feijão na safra de verão possam provocar explosões nos preços e tornar os produtos os grandes responsáveis pela inflação. Segundo ele, mesmo com a redução de 2,4 milhões de toneladas na produção de arroz em relação à safra passada, para 11,17 milhões de toneladas, não deve haver problema no abastecimento.

A soma da produção de arroz com o estoque de passagem de 1,59 milhão de toneladas e a importação de 1,3 milhão de toneladas resulta na disponibilidade de 14 milhões de toneladas, volume suficiente para atender o consumo nacional, estimado pela Conab em 12,4 milhões de toneladas.

Silvio Porto observa que mesmo com a redução na safra, provocada pela deficiência hídrica que levou muitos rizicultores gaúchos a migrar para a soja, deve haver pressão sobre os preços do arroz logo após a colheita, pelo fato de a produção estar concentrada no Rio Grande do Sul, que responde por 63% da produção nacional.

No caso do feijão, apesar da redução de 21,2% na produção de verão em relação à safra passada, para 1,32 milhão de toneladas, os preços não devem disparar, pois a expectativa é de normalização da oferta após a entrada das lavouras de segunda safra que estão sendo semeadas.

A Conab prevê um aumento de 8,1% na produção de feijão de segunda safra, que deve atingir 1,28 milhão de toneladas. Somadas as três safras de feijão cultivadas no país (incluindo a de inverno), a produção total prevista pela Conab é de 3,4 milhões de toneladas, que somadas ao estoque inicial de 721 mil toneladas e importação de 100 mil toneladas, resultam na oferta de 4,4 milhões de toneladas, superior ao consumo de 3,7 milhões de toneladas.