A próxima etapa do trabalho da investigação da Conab será convocar o arrematante dos prêmios para explicar as falhas encontradas nas operações, como o fato de o pomar estar em nome de terceiros ou já ter sido erradicado, além de casos de arrendamentos falsos. O resultado das investigações será encaminhado ao Ministério Público e a Polícia Federal.
Enquanto não conclui os trabalhos, a Conab mantém a suspensão dos pagamentos de R$ 76,8 milhões dos R$ 135 milhões que deveriam ser liberados aos produtores que primeiro arremataram os prêmios nos leilões de Preço Equalizador ao Produtor (Pepro) e depois comprovaram a venda da laranja às indústrias pelo preço de R$ 10,10 a caixa de 40,8 quilos estipulado pelo governo. Também estão suspensos os pagamentos de R$ 497,8 mil dos R$ 2 milhões arrematados nos leilões de Prêmio para Escoamento do Produto (PEP) para venda da laranja a atacadistas. O governo pagou, em média, R$ 4,48 a saca de subsídio para que o citricultor recebesse R$ 10,10 a caixa.
O secretário de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, João Alberto Lages Paixão, disse nesta terça, dia 14, ao participar de sua primeira entrevista coletiva, durante o lançamento das estimativas de safra de laranja e café na Conab, que a partir de agora será o interlocutor da citricultura.
Ele disse que está analisando as demandas que partiram da Câmara de Citricultura vinculada ao Ministério da Agricultura, como a renegociação das dívidas dos produtores. O pedido da câmara de retomada dos leilões de apoio ao escoamento da safra somente será analisado pelo governo após a conclusão das investigações pela Conab.