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Conab estima safra 2014/2015 de grãos em até 200 milhões de toneladas

Seca atrasou plantio entre 5% e 12% da área prevista para soja e milho primeira safra

A produção de grãos na safra 2014/2015 deve alcançar de 194,4 milhões a 200 milhões de toneladas, o que corresponde a uma variação de menos 0,1% a mais 2,7%, em comparação ao período anterior (194,7 milhões de toneladas).O dado faz parte do segundo levantamento de intenção de plantio, divulgado nesta terça, dia 11, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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A cultura da soja continua apresentando crescimento na produção, mesmo com o quadro internacional de superoferta de grãos. A evolução da oleaginosa é de 3,7% a 6,5% ou o equivalente a um aumento de 3,22 milhões a 5,62 milhões de toneladas. As mudanças de clima e os efeitos fitossanitários podem levar a alterações na produtividade ao longo da evolução das culturas nesta fase indefinida de plantio, conforme os técnicos da Conab.

A área de plantio deve ficar entre 56,67 milhões a 58,16 milhões de hectares, com um intervalo de menos 0,5% a 2,1% a mais em relação à safra passada, que totalizou 56,96 milhões de hectares. Com relação à soja, pode haver um crescimento de 2,3% a 5,1%, o que equivale a 705,1 e 1.525 mil hectares.

Milho

Em Minas Gerais, principal produtor de milho primeira safra no país, estima-se uma redução na área plantada na safra 2014/2015, variando entre 5% e 8,4% em relação ao período anterior, devendo alcançar o intervalo de 1,00 milhão a 1,04 milhão hectares. A produção deve ser de 6,9 milhões a 6,7 milhões de toneladas (queda de 4% a menos 1,1% ante 2013/2014).

Segundo a Conab, a exemplo do que ocorre nas diversas regiões do país, os produtores vêm optando pelo plantio da soja, ampliando o uso de variedades precoces, para tornar viável um maior plantio do milho segunda safra, após a colheita da oleaginosa. Em decorrência das condições climáticas desfavoráveis, o plantio ainda é incipiente no Estado, devendo se intensificar neste mês.

A primeira safra de milho no país deve ficar entre 27,9 milhões e 29,5 milhões de toneladas, representando queda de 11,8% a menos 6,8% em comparação com a safra 2013/2014 (25,9 milhões de t). Considerando a previsão de 49,4 milhões de t na segunda safra de milho (que será plantada apenas no ano que vem), a Conab projeta a produção total do cereal em 2014/2015 entre 77,3 milhões e 78,9 milhões de t (menos 3,2% a menos 1,2%).

Algodão

A safra 2014/2015 de algodão em pluma deve ficar entre 1,53 milhão e 1,68 milhão de toneladas, queda de 11,3% a menos 3,3% em comparação com o período anterior (1,73 milhão de t).

Segundo a Conab, “o declínio na produção é fundamentada pela lei de oferta e demanda onde nos últimos cinco anos safra, a produção mundial tem superado as quantidades demandadas pela indústria de fiação, fato que tem ocasionado crescimento dos volumes de estoques e consequente aviltamento dos preços da commodity em âmbito mundial”.

Os técnicos da estatal acrescentam que o plantio do algodão ainda não foi iniciado. Neste momento, os produtores estão com as atenções voltadas para as ocorrências das chuvas, que interferem de forma direta na definição da janela de plantio, cuja semeadura da primeira safra deverá ser iniciada a partir do fim de novembro, estendendo-se até o princípio de janeiro de 2015.

Seca

O efeito da seca no norte da região Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste impactaram no desempenho do plantio da safra 2014/2015. De modo geral, “o atraso se deu entre 5% e 12% da área plantada”, disse o diretor de Política Agrícola e Informações da estatal, João Marcelo Intini.

– Houve um adiamento de toda a instalação das lavouras – observou.

Segundo ele, houve atraso de chuvas no Paraná, Minas Gerais, São Paulo e nos Estados do Centro-Oeste do país, levando o produtor a retardar o plantio da safra. A expectativa é de que esse atraso seja corrigido até novembro.

– Entramos agora nos próximos três meses dentro da normalidade do prognóstico de clima, de modo que teremos no fim de outubro e no mês de novembro a parte predominante da instalação das lavoura – afirmou.

Apesar do atraso no plantio, a Conab estima ainda que o país possa bater o recorde da safra de soja entre 89,3 milhões de toneladas e 91,7 milhões de toneladas.

– As condições climáticas indicam recorde de safra. Então, a conjuntura de preço, condições climáticas e de pacote tecnológico deve somar para uma conjuntura muito favorável de expansão da safra brasileira – indicou.

Já o excesso de chuva no Rio Grande do Sul prejudicou a colheita e qualidade do trigo do Estado, o que deve levar a uma “pequena importação” para compensar a produção abaixo da esperada.

– Aparentemente há uma forte redução do volume de trigo que era esperado – disse, indicando que a quebra da safra gaúcha pode chegar a 35% do volume previsto.

Estadão Conteúdo

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