Segundo o Mapa, a expectativa é de que a safra supere a barreira registrada no ciclo passado, apesar da estiagem registrada em algumas regiões.
– A safra passada foi uma supersafra e o próximo ajuste de dados deve mostrar um recorde. Isso se deve ao bom desempenho do milho segunda safra que cobrirá os prejuízos causados pela seca – disse o diretor do departamento de Comercialização e de Abastecimento Agrícola e Pecuário do Mapa, Edilson Guimarães.
Os dados mostram um crescimento da produção do milho segunda safra de 60,9% ou o equivalente a 13,08 milhões de toneladas sobre a última safra, alcançando 34,57 milhões de toneladas. No ano passado, foram colhidas 21,48 milhões de toneladas. Os resultados na produção do milho se devem às condições favoráveis da cultura nas áreas de maior produção, de acordo com a Conab. Já a estimativa para as safras consolidadas – primeira e segunda safras – apresenta um crescimento de 21% ou de 12,07 milhões de toneladas, alcançando 69,48 milhões de toneladas.
Em compensação, a soja apresentou retração (-8,9 milhões de toneladas) e o arroz também (-2,05 milhões de toneladas). As reduções se devem, principalmente, às condições climáticas não favoráveis, principalmente nas fases de desenvolvimento das culturas, quando foram mais prejudicadas as lavouras de milho e de soja, nos estados da região Sul, parte do Sudeste e no sudoeste de Mato Grosso do Sul. Também pesou a estiagem nos estados nordestinos que tiveram perda em todas as culturas.
A região Nordeste, sobretudo no Semiárido, sofreu bastante com a seca que castigou a produção em geral, levando a uma queda de 21,9% em relação à safra passada, ou seja, 3,5 milhões de toneladas de produtos como milho e feijão.
Área plantada
A estimativa total de área plantada é de 50,83 milhões de hectares, com um crescimento de 1,9% ou 960,7 mil hectares a mais do que a da safra 2010/11, quando atingiu de 49,87 milhões de hectares. A área cultivada do milho segunda safra cresceu 22,7 % ou 1,3 milhão de hectares. A soja vem em seguida, com aumento de 3,4% ou 819,5 mil hectares a mais.
Por outro lado, as culturas de arroz e feijão apresentaram redução na área. O feijão, devido a problemas na comercialização, dificuldades climáticas na região Nordeste e nos preços baixos durante o estabelecimento da primeira safra. Já o arroz, pela falta de água nos reservatórios, houve aumento no custo de produção e preços pouco atrativos.
Para a pesquisa, foram contatadas instituições direta ou indiretamente ligadas ao meio agrícola, destacando-se profissionais de cooperativas, secretarias de agricultura e órgãos oficiais e privados de assistência e extensão rural das principais zonas de produção.