Procurada por outros países que querem comprar alimentos do Brasil, a Conab não pode vender por causa da falta de órgãos oficiais, semelhantes à companhia, nas nações interessadas no produto brasileiro. Esta situação mudaria com a nova empresa, que seria vinculada à companhia e que poderia vender os estoques de grãos para empresas privadas no exterior.
– Nós somos muito demandados por diversos países, que procuram uma exportação entre governos. Na nossa legislação não há essa prerrogativa. Então, pra isso, nós estamos tentando construir uma solução para que a gente possa, além de atender esses países que estão em uma situação de insegurança alimentar, oferecer produtos com preços mais acessíveis – afirmou o presidente da Conab, Rubens Rodrigues.
Pela proposta, a Conab seguiria com a responsabilidade de manter estoques públicos, exportando apenas o excedente, sem comprometer o abastecimento interno. O modelo, no entanto, é questionado.
– Se existe um estoque a ser liberado, será que não foi um mau planejamento a construção desse estoque? Isso gera custos para a sociedade brasileira e gera custos para o Estado brasileiro – afirma o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Zuchi.
Por outro lado, a Conab reconhece que é preciso investir na modernização dos armazéns, criados na década de 1970. Por não estarem mais em locais estratégicos, alguns podem ser fechados. E outros, abertos.
Para resolver os problemas de logística no mercado interno, a Conab encomendou estudos que vão indicar onde é necessário construir armazéns para a estocagem de grãos. De acordo com o presidente da instituição, está sendo avaliada a instalação no sul do Maranhão, oeste da Bahia, sul do Piauí e Espírito Santo.
Por enquanto, estão sendo feitos estudos de viabilidade técnica e levantamentos do interesse da iniciativa privada em assumir as obras. Pelo cronograma, as licitações já poderiam ser lançadas no início do ano que vem.