Para André Souza, consultor em agrometeorologia da Conab, a novidade possibilita a avaliação das condições meteorológicas das regiões monitoradas.
– Mediante o histórico de informações que nós temos de satélite, dados meteorológicos e também levantamento de safra que são realizados pela Conab é possível avaliar se a ocorrência de um evento meteorológico extremo possa vir a causar impacto nessas regiões – afirma Souza.
O procedimento, atualmente, é realizado apenas na Índia, Rússia e China. Com a nova tecnologia, o Brasil – que lidera a produção mundial de café – vai poder monitorar com precisão quanto vai ser colhido. Uma das vantagens é evitar que as especulações interfiram no valor de mercado, como ocorreu na safra passada.
A expectativa é de que os resultados já sejam aplicados no ciclo atual. O economista José Luiz Pagnussat acredita que o preço da saca deve ficar na faixa de R$ 400.
– A tendência é de queda, mas não de retomar a média dos últimos dez anos. Uma vez que os estoques estão baixos, então não há espaço para uma queda tão acentuada.
O novo sistema, para André Souza, vai ajudar o governo federal a sustentar o preço mínimo do café, controlar os estoques e socorrer os produtores em caso de perdas.
– Essas informações vão justamente auxiliar o governo a determinar essas atitudes: se ele vai garantir o preço mínimo mais elevado, o preço mínimo mais reduzido. Vai ser um preço mínimo mais justo, digamos assim – classificou Souza.