Companhia prevê quebra de 1,3 mi t na safra de Mato Grosso, mas aumento de produção em outros estados manteve estimativa acima dos 100 milhões de toneladas
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta terça, dia 12, o quarto levantamento da safra de grãos 2015/2016 e, mesmo com os relatos de quebra de safra em Mato Grosso e outras regiões produtoras, como o Matopiba, a entidade prevê a produção de soja brasileira em 102,1 milhões de toneladas, acréscimo de 6,1% em relação ao ciclo 2014/2015. Em dezembro, a previsão era de 102,4 mi t.
Mato Grosso, que projeta uma quebra de safra acima de um milhão de toneladas, teve uma perda ainda maior, segundo a Conab. Em dezembro, a previsão era de uma colheita de 29,5 milhões de toneladas contra 28,2 mi t estimados neste levantamento de janeiro, quebra de 1,3 milhão de toneladas. Mas, ainda assim, é uma produção maior que as 28 milhões de toneladas colhidas na safra 2014/2015. A área plantada cresceu 2,3%, de 8,9 milhões de hectares para 9,1 mi ha.
• Mesmo com estiagem, produção de soja na Bahia deve crescer
O que explica o patamar acima de 100 milhões de toneladas é o aumento de produção em estados como Goiás, Paraná, Mato Grosso do Sul e a região do Matopiba. A fronteira agrícola, que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia devem produzir 11,36 milhões de toneladas, 7,9% a mais que as 10,52 milhões de toneladas produzidas no último ciclo.
Já o Paraná deverá se recuperar da safra 2014/2015 e alcançar 18,4 milhões de toneladas, alta de 7,3. Goiás, que vem de duas safras ruins, deve finalmente recuperar sua produção. A Conab estima colheita de 10,4 milhões de toneladas, crescimento de 21,3%. O Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor nacional, deve diminuir sua produção neste ciclo, fruto de uma grande umidade no estado. Os gaúchos devem produzir 14,7 milhões de toneladas, queda de 0,7% em relação à última temporada.
A produtividade nacional também deve aumentar, segundo a Conab. A média brasileira pode alcançar 51,2 sacas por hectare (3.073 kg/ha). A área plantada também cresceu, cerca de 3,5%, chegando a 33,2 milhões de hectares.
A Conab fez a pesquisa entre os dias 13 e 19 de dezembro. Durante o estudo, foram levantadas informações de área plantada, produção, produtividade, evolução do desenvolvimento das culturas, pacote tecnológico utilizado pelos produtores, entre outros fatores. O trabalho é fruto de parceria da Conab com agrônomos, técnicos do IBGE, cooperativas, secretarias de agricultura, órgãos de assistência técnica e extensão rural (oficiais e privados), agentes financeiros e revendedores de insumos, que subsidiam os técnicos da estatal com informações pertinentes aos levantamentos.
Com informações da Conab.