Em comparação ao levantamento anterior, de janeiro, houve uma redução de 3,1 milhões de toneladas, por causa da redução da produção de milho segunda safra. Conforme os técnicos da Conab, isso já era esperado, tendo em vista os preços desestimulantes e o elevado estoque do grão.
A cultura da soja continua como o maior destaque. A oleaginosa deve ter um crescimento de 10,4%, ou o equivalente a 8,5 milhões de toneladas a mais do que na safra anterior, o que representa uma produção estimada em 90 milhões de toneladas para a safra atual.
Quanto às exportações, a Conab indica que o Brasil deve bater recorde de embarques de soja em 2014, estimado em 47,72 milhões de toneladas. Os embarques devem ser impulsionados pelo aumento da importação chinesa, responsável por 75,36% das importações nacionais.
O consumo interno está projetado em 40,75 milhões de toneladas, produzindo, aproximadamente, 28,68 milhões de toneladas de farelo de soja e 7,26 milhões de litros de óleo. O estoque de passagem da safra 2012/2013 está estimado em 2,75 milhões, ou seja, um pouco acima da média histórica, de 2,38 milhões de toneladas.
A Conab observa que o Brasil também deve bater recorde de produção nesta safra 2013/2014 e se tornar o maior produtor global, ultrapassando os Estados Unidos.
O arroz também deve ter bom desempenho, com um aumento de 5,9%, alcançando 12,5 milhões de toneladas. O feijão primeira safra, que está em fase de colheita em todo o país, apresenta uma elevação de 38,6% na produção, passando de 964,6 mil toneladas para 1,3 milhão de toneladas.
Já o milho primeira e segunda safras deve ter redução, respectivamente, de 6,2% (2,2 milhões de toneladas) e de 7,2% (3,3 milhões de toneladas), perdendo terreno para a soja, que tem preços mais favoráveis. A produção da primeira safra (32,6 milhões de toneladas) somada à segunda (42,8 milhões de toneladas) deve totalizar 75,5 milhões de toneladas.
Segundo a Conab, as ocorrências de pragas, especialmente a Helicoverpa armigera e a falsa medideira, “estão sendo consideradas dentro de um quadro de normalidade para as fases da cultura na maioria das regiões do país”.
A Região Centro-Oeste apresentou a maior redução na estimativa de área com milho primeira safra (-22,6% em relação ao ano passado). Com relação ao plantio da segunda safra, as atividades começam, de forma ainda incipiente, nas principais regiões produtoras do país.
De acordo com a Conab, as estimativas “refletem ainda um forte grau de incerteza, motivado pelas alternativas que o mercado atualmente disponibiliza para avaliação do setor produtivo, coincidindo com o plantio, relacionado às elevações internas e externas das cotações do algodão, ao bom desempenho, tanto da produção, quanto da comercialização do trigo e por que não dizer, de um leve suporte apresentado recentemente pelo setor de milho, respaldado pelas exportações que tiveram influência positiva nas valorizações ocorridas com o dólar”.
Já a safra de trigo 2013/2014 está estimada em 5,471 milhões de toneladas, o que corresponde a um crescimento de 25% em relação ao período anterior (4,380 milhões de toneladas. O desempenho é resultado de aumento de 15,7% na área plantada e produtividade 7,9% maior. A safra está encerrada nos principais Estados produtores. O Rio Grande do Sul, favorecido pelo clima, foi responsável por 58% da safra nacional, o Paraná por 32,7% e os demais Estados por 9,3%.
Área
A área destinada ao plantio de grãos na safra 2013/2014 deve alcançar 55 milhões de hectares, o que representa uma alta de 3,2% em relação à área de 53,26 milhões de hectares da safra 2012/2013.
A soja teve maior crescimento, com acréscimo de 6,9% na área plantada, passando de 27,7 milhões para 29,7 milhões de hectares. Outras culturas, como arroz, feijão, algodão, mamona, girassol e amendoim segunda safra, também apresentaram elevação. Em contrapartida, o milho primeira safra teve redução de 5,2%, passando de 6,8 milhões para 6,4 milhões de hectares.
Problemas com falta de chuva
A quinta pesquisa da Conab sobre a safra de grãos 2013/2014 já sinalizava possíveis problemas de falta de chuva em algumas áreas produtoras. Em Goiás, “no sul e leste do Estado, houve regiões com longos períodos de estiagem, que podem acarretar em redução na produtividade dos grãos”, informam os técnicos.
Na região do Matopiba (sul do Maranhão, leste do Tocantins, sudoeste do Piauí e oeste da Bahia) “há possíveis problemas por falta de chuva na Bahia e Piauí, para o milho e a soja, que se encontram em floração. No Maranhão e Tocantins, as chuvas estão suprindo as necessidades das lavouras”.
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Na Região Sul, informa a Conab, as chuvas foram favoráveis em janeiro. No entanto, principalmente no Paraná, “as altas temperaturas e a irregularidade das precipitações têm preocupado produtores, pois grande parte das lavouras ainda está em estágios críticos”, comentam os técnicos.
Em janeiro, a situação climática foi favorável no Mato Grosso, principal Estado produtor de soja, em virtude do bom nível de chuvas. No entanto, o excesso de água pode estar provocando atrasos na colheita da soja e no plantio do milho e algodão segunda safras no oeste e centro-oeste do Estado.
Em Mato Grosso do Sul, as chuvas também foram favoráveis, porém há regiões que apresentaram redução na produtividade por causa da estiagem ocorrida em dezembro. Em Minas Gerais, houve uma alteração do cenário de dezembro, quando as chuvas foram abundantes. Em janeiro, as precipitações se concentraram nas regiões sul, no Triângulo Mineiro e em parte do noroeste. Em São Paulo, é a região centro-oeste do Estado que está apresentando as menores precipitações.
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