A perspectiva de clima favorável ao desenvolvimento das lavouras faz o órgão projetar uma produtividade próxima a três toneladas por hectare e colheita de uma safra recorde em torno de 80,25 milhões de toneladas. Os técnicos lembram que nesta safra o Brasil deve ultrapassar os Estados Unidos como maior produtor mundial de soja, em função da quebra da produção norte-americana, provocada pelo clima quente e seco.
A Conab realiza neste mês seu primeiro levantamento de campo sobre a intenção de plantio da safra 2012/2013, cujos resultados serão divulgados no começo de outubro. “Só assim poderá ser confirmada qual a real evolução de área de soja para a próxima safra”, diz a companhia.
Rentabilidade
O estudo mostra que neste ciclo a rentabilidade da soja é imbatível. Os cálculos mostram que em Mato Grosso as lavouras de soja apresentam rentabilidade de 135,5%, ante 9% do algodão e 63,2% do milho. No Paraná, tomando como base a região de Campo Mourão e levando em conta os preços atuais e as produtividades médias, a Conab calcula que a margem líquida da soja é de 63% e a do milho, de 20,7%.
Os técnicos da Conab observam que, além da expectativa de safra recorde, a forte demanda internacional, principalmente pela China, deverá confirmar exportações brasileiras para a safra 2012/2013 próximas a 35 milhões de toneladas. A Conab estima que o esmagamento deverá ficar em 38,25 milhões de toneladas, gerando um estoque de passagem por volta de quatro milhões de toneladas.
Milho
Os técnicos da Conab preveem uma redução de 7% na área cultivada com milho de verão, para em torno de sete milhões de hectares, devido à rentabilidade maior da soja. Eles observam que a tendência é de aumento de área do milho safrinha, o que pode representar um risco maior, pois as lavouras têm período mais limitado de plantio, em relação à época das chuvas. Utilizando modelos estatísticos, a Conab prevê que a produção de milho deve ficar entre o teto de 75,4 milhões de toneladas e piso de 64,02 milhões de toneladas, projetando uma taxa de crescimento de 3,6%.
Algodão
O cenário traçado pela Conab não é bom para a cultura do algodão. Levando em conta os preços de mercado e a rentabilidade do milho e da soja, além da perspectiva de remuneração do algodão, a tendência é de redução de 29% na área cultivada com algodão, de 1,394 milhão de hectares para 991,4 mil hectares. A projeção é de queda de 21,5% na produção de caroço e pluma.
Os técnicos comentam que os agricultores que têm estrutura específica para produzir e efetuar o beneficiamento do algodão devem reduzir parte da área. Já os produtores que não possuem estrutura própria para o cultivo do algodão – alugam equipamentos de colheita e pagam para beneficiar – devem migrar para culturas mais rentáveis. A tendência na Bahia é de opção pela soja e pelo milho de verão. Em Mato Grosso, as opções são a soja e o milho safrinha.