Mato Grosso é líder na produção da fibra, responsável por 57% da safra nacional, informa a Conab. O plantio ocorre entre dezembro e janeiro, e a expectativa é de manutenção, ou até retração, da área plantada. A área do Estado está estimada entre 610,9 mil e 643,1 mil hectares.
• Conab estima safra 2014/2015 de grãos entre 194 e 201,6 milhões de toneladas
A Bahia, segundo maior produtor nacional, deve ocupar na safra atual entre 265,1 mil e 319,4 mil hectares, uma redução que pode alcançar 17% sobre a área cultivada passada 2013/2014.
O primeiro levantamento de intenção de plantio da safra 2014/2015 da Conab projeta a safra de algodão em pluma entre 1,516 milhão e 1,718 milhão de toneladas. Segundo a Conab, o declínio na produção é fundamentado pelo menor preço da fibra no mercado mundial e doméstico.
Milho
Rubens Rodrigues dos Santos, presidente da Conab, anunciou uma redução na estimativa de produção do milho de primeira safra, com os agricultores optando por plantar soja no lugar do cereal. Isto porque o aumento de produção neste ano contribuiu para derrubar o preço do milho, que não foi exportado na mesma proporção de 2013, em virtude da retomada da safra dos Estados Unidos.
Em área, a redução do cultivo de milho será de 10,9% na primeira safra. O volume produzido deve variar, de acordo com a estimativa da Conab, de uma queda de 6,7% a 14,1%. Isso pode levar a safra do grão a cair para um volume entre 27,2 milhões e 29,5 milhões de toneladas no ciclo 2014/2015.
Apesar da redução, a estatal afirma que haverá expansão da produção em regiões mais carentes de milho para ração animal.
– O detalhe na região do Mapitoba (fronteira agrícola formada por Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia) é que há uma tendência de crescimento no milho. Isso é altamente positivo, porque fica próximo de uma região que é deficiente (em produção), que é o Nordeste – disse.
O Nordeste foi a região mais prejudicada pela seca, o que levou o governo a intervir, comprando milho em outras região para garantir ração para o gado do Nordeste.
Feijão
A área de plantio com a primeira safra de feijão em 2014/2015 está estimada 1,07 milhão e 1,11 milhão de hectares, o que configura um decréscimo entre 8,3% e 4,3% em relação à safra passada. De acordo com a Conab, a maioria dos principais Estados produtores indica plantio menor do que na safra anterior.
– A comercialização instável e os riscos climáticos, somados à atratividade de outras culturas concorrentes, como soja e milho, derrubam uma maior intenção dos produtores (em plantar feijão) em todo país, nesta temporada – informa a estatal.
A maior parte do volume da produção de feijão primeira safra está na região Centro-Sul. Considerando a safra 2013/2014, o volume da região é quase 87% da produção total, destacando-se Paraná, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e São Paulo.
Considerando as três safras da cultura, estima-se que a área total de feijão poderá alcançar 3,24 milhões até 3,28 milhões de hectares, ou seja, menos 2,9% até 1,5% menos do que na safra passada. A produção nacional de feijão deverá ficar entre 3,19 milhões e 3,25 milhões de toneladas, 7,3% a 5,5% menor do que na safra anterior.
Arroz
A área plantada com arroz na safra 2014/2015 deve ficar entre 2,250 milhões a 2,482 milhões de hectares. O desempenho representa uma queda de 5,8% até um acréscimo de 4% em relação à safra 2013/2014, informa a Conab.
No Rio Grande do Sul, que tem a maior área plantada com a cultura no país, a expectativa é de que a área fique entre 1,053 milhão e 1,176 milhão de hectares, o que corresponde a um decréscimo de 6% até um incremento de 5% em relação à safra passada. Segundo a Conab, a diminuição da área de plantio se deve “à rotação de cultura com a soja e a necessidade do combate ao arroz vermelho”. O preparo do solo encontra-se superior a 90% e a área semeada alcança 5%, estima a estatal.
Conforme a Conab, o volume de água disponível nos mananciais é suficiente para irrigação e o preço do produto no mercado se mantém em nível remunerador.
– A preocupação dos produtores é quanto à dificuldade de acelerar a semeadura para evitar atraso no estabelecimento da cultura, uma vez que as previsões são de chuvas acima da média. Fora o excesso de umidade, os fatores de produção previstos são favoráveis à lavoura de arroz, projetando uma boa safra – informa a Conab.
A produção nacional do cereal pode alcançar de 11,920 milhões até 13,223 milhões de toneladas, que representa um decréscimo de 2% até um incremento de 8,7% em relação ao resultado da safra passada, que foi de 12,162 milhões de toneladas.
Clima
O presidente da Conab afirmou que a seca que afetou algumas regiões neste ano, prejudicando a produção do campo, não deve ocorrer com tanta intensidade na safra 2014/2015.
– Há umidade suficiente para o plantio. A indicação é de que as chuvas no Mapitoba e no Centro-Oeste se iniciem em 15 dias – disse Rodrigues.