Três hectares de café produzido no meio do mato. Assim, o agricultor Zaldenir Gonçalves conquistou uma vaga na final do Concurso Qualidade Café 2010 do Paraná. A categoria café orgânico ainda não existe no concurso, mas o método garantiu um produto que derrubou cafeicultores tradicionais.
O produtor integra uma nova categoria do concurso paranaense e também do nacional, da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o de microlotes. Concorrem três sacas de áreas bem pequenas, mas com nível de classificação bastante alto. No Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), uma comissão especial de juízes classificou os lotes que vão para a final do concurso, na próxima semana.
O concurso está na oitava edição e os especialistas convidados a participar como juízes acreditam que o Paraná está fazendo um bom trabalho para conquistar espaço no mercado de cafés especiais.
Foram avaliados 14 lotes, de 240 inscritos em todo o Estado, nas categorias café natural e cereja descascado, além da nova, com os microlotes. O especialista em café Evair Vieira de Melo, do Espírito Santo, comparou os cafés paranaenses a jóias ocultas.
As variedades Catuaí e Mundo Novo ainda predominam no Estado, mas materiais do Iapar, mais produtivos e de manejo menos trabalhoso, são cada vez mais adotados.
Para o especialista da Bahia, Sílvio Leite, o cafeicultor paranaense fez a lição de casa na produção. Agora, é preciso cuidar da pós-colheita para garantir o padrão internacional que se espera dos cafés especiais.