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Condição climática na safra de soja 2014/2015 é melhor em relação ao ano anterior, diz analista

Consultoria reiterou a perspectiva de preços médios da soja em US$ 10,00 o bushelO sócio-analista da Agroconsult, Marcos Rubin, afirma que apesar dos problemas climáticos enfrentados nesta safra 2014/2015, a proporção de áreas do Brasil em condições superiores ou similares às do ciclo passado, 2013/2014, supera e muito à de regiões em situação pior do que há um ano.

Ele reiterou a perspectiva da Agroconsult de preços médios da soja em US$ 10,00 o bushel em 2014/2015, ante US$ 13,40 o bushel na temporada anterior. A Agroconsult prevê produção de 93,93 milhões de toneladas no Brasil em 2014/2015.

– Nem todo ano vai ser mar de rosas. Os últimos quatro anos foram muito bons – salientou Rubin.

O analista apontou que, apesar de existirem preocupações com o clima em algumas áreas de cultivo do Brasil, e que deverão persistir em fevereiro, as áreas de soja em condições climáticas piores do que no ano passado somam apenas 3,8 milhões de hectares, 12% dos 31,67 milhões de hectares previstos pela Agroconsult para o plantio no Brasil em 2014/2015. Enquanto isso, as áreas em condições superiores, “a nata da soja” em termos de perspectiva de produção, representam 12,2 milhões de hectares, segundo ele. E os pontos com condições similares às do ciclo passado somam outros 15,6 milhões de hectares. 

Para a consultoria, a perspectiva de aumento dos rendimentos nas áreas em situação mais favorável pode acabar compensando o impacto do clima seco em outras regiões, entre elas, o oeste da Bahia, o sul do Piauí, o noroeste de Minas Gerais, o sul do Maranhão e alguns trechos de Goiás e Paraná, que sofreram com a falta de chuvas ao longo de janeiro.

– Eu não me surpreenderia se a produtividade na região Sul, se chover nos próximos 30 dias, for simplesmente espetacular. Nossa safra não está garantida, mas está no caminho para mais de 90 milhões de toneladas – salientou.

Com uma safra brasileira boa após uma produção norte-americana acima de 100 milhões de toneladas, a expectativa é de recuo do preço médio em 2014/2015 para US$ 10/bushel, com o intervalo de previsões da consultoria oscilando entre US$ 9/bushel ou US$ 11/bushel. Para o analista, alguns fatores como a disponibilidade de soja argentina e o tamanho da demanda chinesa podem influenciar as cotações para cima ou para baixo.

Sobre a Argentina, Rubin destacou que persistem dúvidas sobre a disposição do produtor local em vender e por quanto tempo mais ele conseguirá segurar seus estoques. O analista salientou que há eleições no país este ano e isso pode tornar o sojicultor ainda menos propenso a negociar, de olho em novas desvalorizações cambiais, a exemplo do que ocorreu em 2014 no Brasil. Rubin ressaltou que, no mercado brasileiro, a alta do dólar contrabalançou os efeitos da queda dos futuros na Bolsa de Chicago (CBOT).

– Os preços em Chicago derreteram, é o câmbio que está nos salvando – disse.

Com relação à demanda chinesa, ele ponderou que “no longo prazo, a China vai precisar cada vez mais de soja”. Para a Agroconsult, das 88 milhões de toneladas que a China deve consumir em 2014/2015, 77 milhões de toneladas serão importadas, mais do que hoje prevê o Departamento de Agricultura dos EUA (74 milhões de toneladas).

– No último mês, a China ficou praticamente fora do mercado. Mas ela pode voltar com força. Isso vai ser determinante para o preço da soja principalmente no segundo semestre – disse Rubin.

Soja em MT

A colheita da soja da safra 2014/2015 em Mato Grosso alcança 10,4% da área total semeada, informa o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). O porcentual representa avanço de 2,7 pontos porcentuais em sete dias, mas fica 0,2 ponto porcentual abaixo do total colhido em igual período da safra 2013/2014.

Os trabalhos estão mais adiantados no oeste do Estado, onde 18% da soja já foi retirada. No sudeste, 13,9% foi colhida. Até o momento, a produtividade média da safra colhida é de 51,7 sacas por hectare.

O milho safrinha está plantado em 8% da área de 2,82 milhões de hectares prevista para a temporada 2014/2015, informou o Imea. O resultado corresponde a avanço de 4,9 pontos porcentuais em sete dias. Em igual período de 2013/2014, produtores haviam semeado 7,8% da área. Os trabalhos estão mais adiantados no oeste de Mato Grosso, com 12,4% da área semeada, e no Médio-Norte, com 10,8% do plantio.

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