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Conferência debate desafios e mercados para a produção da soja certificada

Segundo especialistas, maior barreira é convencer o produtor, já que os custos para preencher os critérios são altosEncerrou nesta sexta, dia 9, em Foz do Iguaçu, no Paraná, a 9ª Conferência Sobre a Inovação da Soja Responsável. O evento discutiu os desafios e os mercados mundiais para a produção e venda da soja certificada. Especialistas apontam a sustentabilidade como o futuro do setor, mas convencer os produtores ainda é a maior dificuldade. Mais de 300 especialistas estiveram reunidos para discutir o chamado RTRS (sigla em inglês) para mesa redonda sobre soja responsável.

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O assunto começou a ganhar destaque há oito anos, com o crescimento da agricultura e os inevitáveis conflitos ambientais. De lá para cá, o desafio de quem trabalha com sustentabilidade passou a ser o plantio correto, seguindo princípios que garantem a quem produz, e também a quem compra o selo de soja certificada. Um produto com valor agregado que já encontra, principalmente na Europa, um mercado exigente. Países da União Europeia, como Holanda e Suécia, já se comprometeram que até 2020 toda soja comprada por eles deverá ser certificada.

A Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen) reúne produtores de Tocantins, Piauí e Maranhão, está apostando alto neste mercado. A região que produz grãos em grande escala é conhecida pelos inúmeros problemas logísticos para escoar a safra. Agregar valor ao produto é uma forma de aumentar os ganhos. Por enquanto a região tem seis mil toneladas certificadas e 70 mil pré-certificadas. Até 2015 a meta é chega para 100 mil.

– A certificação de soja vem a ser um novo modelo de se fazer agricultura. Direcionado a estes mercados, se dá muito valor se praticado de forma responsável. A ideia é muito à frente do que nós estamos acostumados a ouvir executar no campo. O mercado europeu busca a sustentabilidade – reforça o presidente da Fapcen.

A maior barreira encontrada é convencer o produtor, já que os custos para preencher os critérios são altos.

– Como não há uma remuneração diferenciada, o produtor tem custos com uso de fertilizantes, além da instabilidade de clima, de ausência de seguro para agricultores. Em escala maior, ele acaba cortando o custo, entre eles o custo da rastreabilidade. A ideia é boa, é necessária, eu quero consumir produtos com rastreabilidade,entretanto preciso ter uma co-responsabilidade na cadeia de produção e de consumo. Alguém precisa ajudar a pagar esta conta – diz o gestor de marketing e serviços da Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto (Cooplantio), Dirceu Gassen.

A organização não governamental holandesa, Solidaridad, que trabalha há anos no apoio a agricultores daquele país e também em outros, vem atuando no Brasil orientando os produtores, preparando quem vive no campo para conquistar o certificação.

– Nosso papel é colaborar com o produtor, apoiar e ligar este produto a empresas, na cadeia para investir em sustentabilidade. Os produtores são pessoas que podem fazer diferença. Nosso papel é contribuir com este processo, apoiando os produtores a produzir de forma sustentável – explica o gestor de área técnica da Solidaridad, Gert Van Der Bijl.

Na última ponta trabalham as certificadoras, responsáveis pela vistoria final que concede ou não o selo de qualidade. O gerente de mercado de uma certificadora uruguaia, Gustavo Lima, diz que, o interesse dos clientes vem crescendo e quem entra no negócio tem que ter pelo menos três objetivos: primeiro manter o mercado, depois ampliar e por último conseguir preços cada vez melhores.

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