– É uma luta cotidiana ter de vencer a papelada que esse Estado brasileiro exige da gente para conseguir alguma coisa. Temos que fazer um esforço para que o Estado olhe para as mulheres como capazes de resolver questões importantes e barrar essa burocracia – disse Rosângela.
Outro desafio apontado por Rosângela é elevar o nível da organização das mulheres.
– Ainda existem muitas mulheres que não participam de movimento algum, que não estão organizadas para reivindicar seus diretos. Atingimos um público muito pequeno ainda – afirmou.
Segundo ela, uma das grandes conquistas da trabalhadora do campo é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Por esse programa, a mulher que trabalha na agricultura pode fazer um financiamento para pagar em até dez anos. Para a diretora de Política para Mulheres Rurais do MDA, Karla Hora, infelizmente muitas mulheres ainda não conseguem obter esse tipo de crédito.
– Precisamos qualificar os procedimentos e os instrumentos que operacionalizam as políticas públicas para que, de fato, consigamos chegar às mulheres rurais – disse Karla.
O evento é uma etapa preparatória para a 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Sustentável e Solidário prevista para outubro.