Confiança de empresários na economia atinge pior nível desde 2006

Índice recuou para 59 pontos depois de quatro trimestres de crescimento, divulgou CNIO Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) na economia brasileira, que tinha crescido nos últimos doze meses, caiu no segundo trimestre deste ano para o pior nível desde setembro de 2006, segundo uma pesquisa divulgada nesta terça-feira, dia 22, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A confiança dos empresários chegou a crescer inclusive nos primeiros três meses deste ano, quando o país sentiu com mais força as turbulências provocadas pelos temores de uma crise nos Estados Unidos, mas cedeu na enquete feita em junho (correspondente ao segundo trimestre de 2008).

Segundo a CNI, o Icei ficou em 59 pontos, em uma escala até 100. Nela, níveis acima de 50 são considerados positivos.

O índice ficou 3 pontos abaixo do medido no primeiro trimestre do ano (62 pontos) e 1,3 ponto menor do que o obtido no segundo trimestre do ano passado (60,3 pontos). O Icei não era tão baixo desde o medido em setembro de 2006 e correspondente ao terceiro trimestre daquele ano (56,6 pontos).

A CNI atribuiu a queda da confiança à “deterioração das condições da economia brasileira e à redução do otimismo com relação ao futuro”. Para o estudo, foram entrevistados diretores e executivos de 936 empresas, sendo 164 grandes, 293 médias e 479 pequenas.

Segundo a enquete, a maior queda da confiança foi registrada nas maiores empresas, nas quais o índice caiu 4,1 pontos frente ao primeiro trimestre. Para as pequenos empresários, a baixa foi de 1,8 ponto.

A economia brasileira cresceu 5,4% no ano passado – a maior expansão em uma década – e 5,8% no primeiro trimestre de 2008 frente ao mesmo período do ano passado apesar da retração da demanda internacional provocada pela crise de crédito nos Estados Unidos.

Tanto o governo quanto os economistas, no entanto, prevêem que o crescimento começará a desacelerar no segundo trimestre e que o país poderá fechar o ano com expansão de perto de 4%.

O crescimento está ameaçado pelo aumento da inflação, que, segundo economistas, este ano superará o teto da meta do governo (6,5%) devido ao aumento dos preços dos alimentos e pela elevação da taxa básica de juros como ferramenta de o Banco Central combater a inflação.

Segundo a pesquisa semanal Focus, o Brasil fechará o ano com juros em 14,25% ao ano. Atualmente, a taxa está em 12,25% ao ano, a maior do mundo.