Mais de 400 pessoas lotaram o auditório do Sindicato Rural de Maracaju (MS), nesta sexta-feira, dia 26, para acompanhar os debates do 1º Fórum Soja Brasil da safra 2019/2020. Os debates trataram de temas como as perspectivas para o mercado da soja nesta temporada, cuidados com as sementes e novas rotas e modais para exportação do grão. Confira abaixo um breve resumo sobre os assuntos abordados no evento:
Mercado da soja
Os efeitos da guerra comercial entre americanos e asiáticos vêm perdendo força, alerta o analista da Safras & Mercado Paulo Molinari. “As estatais chinesas já podiam comprar soja sem tarifas. Agora, as maiores esmagadoras americanas também receberam permissão para adquirir sem a tarifa de 25%. A janela, praticamente, está aberta de novo”, conta.
O conflito ainda deve durar um tempo, mas que enquanto as discussões se focam em outros produtos, a soja vai se libertando, segundo Molinari. “O produtor vai perder o benefício do prêmio”, disse. Leia mais.
Sementes de qualidade
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja José de Barros França Neto, com os custos nos mais altos níveis da história, os sojicultores devem priorizar a compra de sementes de alta qualidade para garantir a rentabilidade.
De acordo com França Neto, a semente é deve ser considerada com uma matéria-prima e não somente um insumo. “Nossos estudos mostram que implantar uma boa lavoura, com bom vigor e uniformidade, garantem até 15% de ganhos de produtividade”, frisa. Confira a palestra na íntegra.
Novas rotas e modais de exportação
O debate sobre novos modais e rotas para escoar a soja brasileira e trazer insumos ao país pagando menos, foi apresentado pelo representante do Ministério de Relações Exteriores João Carlos Parkinson de Castro, demonstrando que com a rota bioceânica além da economia de tempo para o transporte, o país economizaria um bom dinheiro, aumentando assim a competitividade da soja brasileira.
Segundo ele, de Antofagasta, no Chile. até a China o navio leva 35 dias, sendo que de Santos até a China o tempo aumenta para quase 50 dias. “Se abrir esta alternativa geramos economia de tempo e competitividade para a soja do estado. Um contêiner de 20 pés, saindo de Antofagasta, até Xangai é possível economizar até US$ 700 com o transporte”, comenta. Continue lendo.
Custos elevados para a soja
Brasil tem potencial para se tornar o maior produtor de soja do mundo, mas com os custos mais altos da história, afirma o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz. “Ou seja, muita soja e pouca renda. O produtor nunca teve tantas dificuldades da porteira para dentro quanto hoje”, afirma.
Ele diz que o setor acompanha os temas delicados que podem influenciar os preços da oleaginosa e os custos, como reforma da previdência, Funrural, taxações da agroindústria e Lei Kandir. “Estamos atentos para que possamos proteger nossa cadeia produtiva”, diz. Continue lendo.
Cooperativas fortalecem agricultura
A presença de cooperativas do Paraná em Mato Grosso do Sul aumentou bastante nos últimos cinco anos, segundo o presidente da Aprosoja-MS, Juliano Schmaedecke. Segundo ele, isso trouxe estabilidade ao mercado de grãos do estado. “O produtor ganha se souber usar as ferramentas e negociar o melhor preço. Tem muita gente vendendo insumos, como adubo e defensivos, e comprando soja e milho. É uma guerra pelo produto”, diz.
Ele conta que o produtor sul-mato-grossense enfrentou muitos veranicos na safra 2018/2019 e na segunda safra, mas “a tecnologia usada, graças à Fundação-MS, tem evitado grandes variações de produtivo. Antigamente, colhíamos entre 35 e 40 sacas. Hoje, seguramos pelo menos de 50 a 55 sacas”, conta. Continue lendo.