No ano passado, as vendas para os países árabes atingiram quase US$ 10 bilhões. Para Israel, o valor ultrapassou os US$ 398 milhões. Nos dois casos, as carnes ocuparam o primeiro lugar nas exportações. Açúcar e grãos também ficaram entre os cinco principais produtos. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) teme os possíveis reflexos que o conflito pode ter, principalmente no consumo.
? A guerra desvia recursos, população e consumo. Há um desperdício de energia e riquezas que de outro lado vai fazer com que se consuma menos, que haja menos atividade econômica ? justifica Roberto Gianetti da Fonseca.
Já o presidente da Câmara de Comérico Árabe-brasileira não acredita que a guerra possa frear os negócios entre o Brasil e os 22 países árabes. As vendas para este grupo aumentaram 41% no ano passado.
? Acredito que o conflito deve acabar no curtíssimo prazo, primeiro por razões humanitárias. Além disso, o conflito é numa região muito delimitada e que não pode de maneira nenhuma afetar 22 países que têm políticas e estão tanto na parte econômica quanto política vivendo um momento de estabilidade e prosperidade ? argumenta Antônio Sarkis Junior.
Os exportadores ressaltam que os efeitos diretos nas vendas e nos investimentos no Brasil vão depender das dimensões que o conflito poderá tomar.
? A partir do momento que se descobre que o Brasil é um fornecedor confiável, estável e que permite a realização de negócios, isso não se perde por causa de uma crise militar. As pessoas têm que comer, os produtos precisam ser consumidos de alguma forma ? afirma o diretor-executivo do Conselho Empresarial da América Latina, Alberto Pfeifer.