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Congresso de Fertilizantes: Preço do insumo sobe menos do que o dólar, diz diretor da Anda

David Roquetti afirmou que deve demorar para o Brasil ter influência sobre a formação de preços dos fertilizantes, ainda que seja o quarto maior mercado para a categoriaO diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), David Roquetti Filho, afirmou que os preços dos fertilizantes têm subido menos do que o dólar. A afirmação foi feita pouco antes da abertura do 3º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, em São Paulo, que aconteceu na manhã desta segunda, dia 26.

– De forma geral, os fertilizantes não acompanharam a alta do dólar.

Roquetti explicou que o enfraquecimento dos preços das commodities agrícolas no mercado internacional segurou os preços dos fertilizantes, diminuindo a valorização do insumo no mercado doméstico. Mesmo assim, o produtor brasileiro não está percebendo essa diminuição.

De acordo com números divulgados pela Anda nesta segunda, o produtor brasileiro se antecipou para garantir os insumos antes da pressão causada pela safra de grãos no segundo semestre. O receio de enfrentar dificuldades na entrega dos pedidos, por problemas de gargalo logístico, foi o responsável por essa antecipação, que aqueceu o mercado dois meses antes do pico do consumo de fertilizantes.

Os números do setor refletem essa corrida. No primeiro semestre de 2013, o Brasil importou 9,6 milhões de toneladas, 23% a mais do que no mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Rabobank. A entrega de fertilizantes aos consumidores finais ultrapassou 15 milhões de toneladas. De acordo com a Anda, Mato Grosso liderou a demanda, seguido por São Paulo e Paraná.

Mercado internacional

O diretor da Anda, David Roquetti Filho, afirmou ainda que deve demorar para o Brasil ter influência sobre a formação de preços dos fertilizantes, ainda que seja o quarto maior mercado para a categoria de insumos.

– Vai levar um longo período para [o Brasil] ser formador de preços, mas a taxa de crescimento do consumo é a maior. Estamos crescendo 5,8% ao ano. O mundo está crescendo de 1,7% a 2% – afirmou.

O executivo reforçou que os maiores compradores de fertilizantes são: China (33%), Índia (17%) e Estados Unidos (12%). O Brasil representa apenas 6% do insumo, motivo pelo qual exerce pouca influência sobre a formação de preços no mercado internacional.
Roquetti alertou que, com os investimentos previstos pelas indústrias para fertilizantes nitrogenados, a dependência dos importados deve diminuir em 2017. Hoje, o país importa cerca de 70% dos fertilizantes que consome.

– Se nenhum investimento for programado, a dependência que diminui com os investimentos tenderá a aumentar de novo – alertou.

O executivo afirmou, ainda, que não acredita em uma tendência de redução nos preços do potássio no mercado internacional no médio e longo prazo. A expectativa de maior competição no setor, com o fim do acordo de comercialização do insumo da russa Uralkali com a companhia Belarusian Potash Company, ou BPC, não deve seguir firme, e preços mais baixos não deve se sustentar.

– Em virtude da grande demanda por alimentos e demanda maior ainda por fertilizantes, são poucas as chances de queda no preço do potássio no médio e longo prazo – ponderou.

Painel Nutrientes para a Vida

Durante o congresso, o presidente do International Plant Nutrition Institute (IPNI), Terry Roberts, afirmou que será preciso aumentar a produtividade das lavouras para atender a necessidade por alimentos da população em 2050, quando se estima que o mundo terá nove bilhões de habitantes. Roberts reforçou que fertilizantes são parte importante no crescimento da produção, ainda que sozinhos não possam responder pelo crescimento das safras agrícolas. O executivo apresentou palestra no painel Nutrientes para a Vida.

Roberts afirmou que os rendimentos médios das lavouras de cereais estão abaixo do potencial. No caso do trigo e do arroz, a produtividade é de 64%, e no milho, 50% do potencial. Ele destacou a importância de entender as características regionais para melhorar a produção, além de aprimorar o uso de fertilizantes e biotecnologia.

O executivo ressaltou a importância da biotecnologia, ainda que o melhoramento genético não seja suficiente para aumentar a produção mundial de alimentos em 70% nos próximos 40 anos.

No entanto, Roberts reforçou em sua apresentação que não existe um consenso entre as pesquisas para determinar quanto os fertilizantes respondem pelo crescimento da produção. Em um dos estudos citados pelo representante da IPNI, entre 40% e 60% dos rendimentos das lavouras são ligados aos fertilizantes.

A diretora executiva da Nutrients for Life Foundation (Fundação Nutrientes para a Vida), Harriet Wegmeyer, afirmou que a entidade trabalha para conscientizar a população sobre a importância do uso dos fertilizantes nas lavouras.

– As pessoas olham para fertilizantes e esquecem da ligação entre rendimento das lavouras, crescimento da produção e a comida que elas colocam no prato – disse.

Harriet lembrou que o trabalho da organização é focado nas escolhas, nos produtores, mas também olha para a população em geral. A fundação atua nos Estados Unidos, Canadá, México e Colômbia, com recursos das empresas do setor. 

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