Durante o lançamento, representantes do setor manifestaram o temor de perdas nos negócios com os países árabes por causa da situação política na região. Além de ser grande produtora de petróleo, a região é responsável pela compra de 5% de toda a produção brasileira de alimentos. O medo é que a tensão política comprometa as exportações.
Conforme o vice-presidente de finanças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ademar Silva Junior, o Congresso Internacional da Carne vai ser realizado em um momento importante para a pecuária brasileira. Depois de um ano de queda nos embarques e também no faturamento, as exportações retomaram o crescimento em 2010.
No congresso, serão apresentados painéis, debates sobre sanidade animal e também mercado internacional da carne bovina, suína e ovina. Um dos pontos mais importantes tratados será a sustentabilidade. Estão previstas visitas técnicas as principais propriedades do Mato Grosso do Sul para que os visitantes possam ver de perto como é feito o manejo na pecuária brasileira.
O momento atual é importante particularmente para Mato Grosso do Sul, que vai sediar o Congresso. Há um mês a organização mundial de saúde animal reconheceu as propriedades da zona de alta vigilância (ZAV) como livres de aftosa com vacinação. O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do MS, Eduardo Riedel, informa que nessas propriedades são 800 mil animais, o que representa um grande rebanho para o Estado.
As próximas capitais que vão receber o lançamento do congresso serão Porto Alegre (RS) e Goiânia (GO), depois os organizadores vão visitar os países da América do Sul.
Antes de junho, a pecuária brasileira tem outro desafio. Debater durante a reunião da Organização Internacional de Epizotias (OIE), que acontecerá em Paris, França, no fim de maio, a classificação do Brasil diante dos mercados mundial e europeu. O setor reclama que o status da região para algumas doenças, não corresponde à realidade do país.