Da cana-de-açúcar ao pinhão manso, uma variedade de produtos agrícolas pode mudar a matriz energética do mundo. Técnicos, especialistas em agrobioenergia e biocombustiveis estão buscando um caminho para o processo de substituição dos combustíveis fósseis e, na primeira discussão do congresso, as ações parlamentares para políticas publicas do setor. Trata-se de um processo que passa pela mobilização da sociedade para que a legislação possa dar suporte e organizar a nova cadeia produtiva como um todo.
Outra questão que envolve decisões legislativas é a ambiental. As usinas no Triângulo Mineiro, por exemplo, que compensaram o uso do cerrado com áreas na zona da mata, vão ter que se adaptar. De acordo com o deputado federal Gilmar Machado (PT-MG), é preciso investir no Cerrado e, se for aproveitado o Semi-Árido, tem que investir no Semi-Árido.
Os estrangeiros são bem-vindos com investimentos em novas indústrias, mas fica a ressalva com relação à industrialização da matéria-prima no exterior retornando para a economia brasileira.
Nesta corrida brasileira pela auto-suficiência em biocombustível, o congresso esquenta a discussão em toda cadeia produtiva do setor. Desde o processo produtivo até as interferências nas relações comerciais dentro e fora do país. O caminho mais difícil a ser percorrido é o de transformar os combustíveis alternativos em commodities, consolidando o mercado mundial.
O ex-ministro e membro da Academia Nacional de Agricultura da FGV, Roberto Rodrigues, mostrou um cenário favorável para o Brasil. Segundo ele, estar preparado é uma obrigação e o caminho é fazer parcerias com outros países para garantir oferta mais segura e conquistar o mundo com os biocombustíveis, sem segurança os investidores fecham as portas.