— Quase 70% da renda do município gira em torno da produção do tabaco agrícola e industrial. Por ano, são cerca de 30 mil toneladas produzidas no campo e 250 mil toneladas beneficiadas na indústria. Além disso, o faturamento anual com exportações é de R$ 800 milhões a R$ 900 milhões — aponta.
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Os números são citados por Artus, que está no comando do governo municipal desde 2009, com a facilidade de quem conta uma história que conhece a fundo. Ele atribui os resultados positivos ao trabalho das cerca de cinco mil famílias de pequenos agricultores que vivem da fumicultura em Venâncio Aires.
— Temos muita qualificação no campo. Há famílias em que os filhos saem do meio rural para estudar e voltam com boa formação. Fazem a diferença. A prefeitura oferece apoio aos produtores, com programas voltados a pequenas propriedades, com melhorias nas estradas, nas áreas de entrada das terras. Além disso, tem a questão da diversificação das lavouras, que é uma necessidade. E a indústria também auxilia na produção, por meio da integração, com agentes de campo, que colaboram na orientação sobre o combate ao trabalho infantil e segurança do trabalhador, por exemplo — diz.
Também são provenientes do setor do tabaco aproximadamente 6,8 mil empregos no município, conforme Artus. Dados da Afubra e Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) revelam ainda que na safra 2010/2011 a arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) gerado pelo segmento chegou a R$ 3,73 milhões. Foram 11,978 mil hectares plantados.
História
A tradição da fumicultura garantiu posição de destaque para o município pela primeira vez em 1968. Conforme informações do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), foi neste ano que Venâncio Aires conquistou pela primeira vez a liderança na produção no Brasil, com 7,4 mil toneladas.
>>> Esta é a quarta matéria da série Tradição e renda: a produção de tabaco no Sul do Brasil. As reportagens serão publicadas no RuralBR até esta sexta, dia 13, e apresentam as peculiaridades da cadeia produtiva do tabaco no Sul do Brasil. São histórias que mostram a realidade da cultura que move a economia de uma região, desenvolvida principalmente por agricultores familiares.
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