– Nós precisamos de condições de competitividade. É a equação econômica do etanol que não está funcionando hoje, porque houve uma manutenção do preço da gasolina por muitos anos. Isso achata o valor de venda do etanol no posto e, ao mesmo tempo, a gente teve aumento de custo – diz.
Recentemente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou uma oferta de R$ 4 bilhões em crédito para ampliação e renovação dos canaviais, recursos que chegariam por meio dos bancos privados. O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Caio Carvalho, avalia que o valor pode ser insuficiente, caso não haja incentivo à competitividade.
– O fundamento básico é dar capacidade competitiva. Dar crédito para expandir sem gerar competitividade na ponta, não tem o grande estímulo que é preciso. Ter uma regulação que limita o acesso ao financiamento é outro problema que é preciso resolver para não ficar, obviamente, concentrado o uso do recurso – aponta.
Sampaio informa que a instituição reforçará os pedidos de mais apoio ao setor. Um documento deve ser enviado à presidente Dilma Rousseff até a próxima semana.
– Não é só a usina. Tampouco só o produtor. É uma cadeia enorme, fortíssima para o Brasil, fabricantes de máquinas, tratores, adubo, defensivo. Tudo isso está envolvido e, de certa forma, muito aquém do que poderia estar – afirma.
A citricultura também esteve na pauta da reunião do Cosag. O presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Christian Lohabauer, confirmou que foi pedido ao Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitros), a retirada do carbendazim da lista de defensivos usados na produção. A indústria aguarda o posicionamento das autoridades americanas sobre a liberação de cargas do suco de laranja brasileiro, barradas por causa do fungicida.
– O histórico da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) é de cumprimento absoluto da regra, da letra da lei. Então, o que a gente precisa nesse caso é uma ação do EPA, a agência ambiental, mudando uma regra, como se fosse a mudança de uma instrução normativa aqui no Ministério da Agricultura. Não é uma coisa simples de ser feita do ponto de vista burocrático – avalia.
Lohabauer informou ainda que 11 cargas estão retidas nos Estados Unidos e que a indústria não está mandando novas remessas para o país.
– O suco brasileiro tem condição. Não sei dizer qual empresa decidiu para onde, mas como é um produto em ordem, enfim. O problema é o custo logístico e quem compra o suco que não veio daqui, mas já foi para lá. Tem outra negociação. O ajuste tem que ser feito e deve ser em cinco ou seis meses. Dá para fazer o ajuste logístico, embora tenha custo, mas é o que vai dar para fazer – diz.