O CNC destaca que ao longo dos últimos anos o setor cafeeiro passou por crises motivadas por preços de comercialização abaixo dos custos de produção. Entram na formação dos preços do produto quatro fatores principais: a expectativa a respeito das safras futuras, a relação entre oferta e demanda, as previsões climáticas e seus possíveis impactos e a posição dos fundos de investimento nas bolsas de mercadorias internacionais.
A entidade que representa os produtores de café reforça que é importante contar com estatísticas confiáveis para garantir que não haja distorções no mercado. Para isso o Conselho Deliberativo da Política do Café alocou recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para que a Conab aprimorasse sua tecnologia e ampliasse a credibilidade de suas previsões, reduzindo o risco de especulação.
A CNC pede que o USDA divulgue a metetodologia utilizada na produção da safra de café brasileira. A diferença apresentada pela projeção do órgão dos EUA em relação à da Conab, que é de 5,250 milhões de sacas, corresponde à colheita do quinto maior produtor de café do mundo.
“Como a ação dos fundos de investimento nas bolsas internacionais ? principalmente em Nova York no que se refere ao café arábica ? tem peso significante e decisivo no desempenho dos contratos futuros, a previsão do USDA certamente interferirá de modo negativo, uma vez que sugere um excedente de café no balanço entre oferta e demanda mundiais”, afirma a CNC em comunicado.
A cultura do café responde por cerca de 8,4 milhões de postos de trabalho em aproximadamente 390 mil propriedades, distribuídos nos mais de 1,9 mil municípios cafeeiros do Brasil.