Os números constam do Relatório de Economia Bancária e Crédito, relativo a 2008, divulgado nesta sexta, dia 18, pelo Banco Central. Pela primeira vez, o BC separa os índices por bancos públicos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil) e bancos privados, aqui consideradas as dez maiores instituições financeiras do setor privado, e o spread total computa os 12 bancos.
De acordo com o relatório, o spread cobrado pelos bancos públicos encerrou o ano de 2008 com média de 37% e aumento de 28,78% na comparação com os 28,73% do ano anterior. Enquanto isso, o spread médio dos bancos privados alcançou 40,98%, com expansão de 44,70% em relação aos 28,32% cobrados em 2007.
Assim, o spread de 28,73% dos bancos públicos, em 2007, foi maior que o spread de 28,32% dos bancos privados, e o mesmo ocorreu de 2001 a 2006. Isso porque o BB e a Caixa pagavam um pouco menos que os bancos privados na captação de recursos dos clientes e cobravam taxas de empréstimos mais elevadas, como especifica o relatório do BC.
A partir desta observação, a metodologia de composição do spread bancário foi alterada, dando maior peso ponderado à inadimplência, que aumentou de 9,36%, em 2007, para 13,27%, em 2008, com uma elevação de 33,19%. A margem líquida de lucro também cresceu de 8,33% para 11,62%, com aumento de 29,06%, além de evoluções na carga de impostos e no custo administrativo.
O relatório do BC destaca que os dados de 2008 revelam uma reação mais moderada dos bancos públicos, relativamente aos bancos privados, diante da crise financeira internacional, quando os bancos estatais ganharam depósitos, ao mesmo tempo em que as demais instituições se retraíram e perderam mercado.
Principalmente porque os bancos privados reajustaram mais intensamente suas margens, em face da piora do cenário econômico, e reviram para baixo a classificação de risco de suas novas operações de crédito. Com essas respostas diferenciadas, os bancos públicos puderam praticar spread menor que os bancos privados em 2008, pela primeira vez de 2001 para cá.