Nos Estados Unidos, a estratégia de incentivar a produção de etanol a partir do milho procurou atender a dois objetivos: criar um combustível alternativo aos derivados de petróleo e forma rum novo mercado para o grão, que registrava queda nas cotações.
No caso do Brasil, cujo etanol tem como matéria-prima a cana-de-açúcar, a alternativa encontrada foi incentivar a produção de biodiesel, que tem como principal fonte a soja.
José Zílio argumentou que, quando o programa de incentivo aos biocombustíveis foi lançado no Brasil, o óleo de soja era exportado a um preço muito baixo, a US$ 270 por tonelada. Portanto, não era viável ampliar o plantio.
Produzir combustíveis foi o modo encontrado para eliminar um excesso de oferta de oleaginosas.
? A sociedade toda apoiou, mas, na prática o que está ocorrendo? Uma parte desses produtos começou a deixar de ser exportada. A china reage e hoje estamos vivendo uma inflação causada pelo mercado internacional muito útil para o agricultor brasileiro.
De qualquer forma, José Zílio faz uma avaliação positiva da situação, do ponto de vista do produtor brasileiros. Segundo ele, é possível plantar mais e com margens melhores. O consultor explicou ainda que o incentivo ao plantio de outras fontes de biodiesel, como a palma e a mamona, faz parte de uma política de longo prazo.
? No momento em que se decide aumentar de 2% para 3%, o agricultor, mesmo aquele humilde, se sente seguro de que ele vai plantar e vai ter demanda garantida no país, não uma demanda que oscila.
Zílio acredita que outras oleaginosas, como a mamona e até o caroço de algodão, poderão ter mais importância para a produção de biodiesel do que a soja.
? Temos de valorizar essa estratégia e apoiar de todas as maneiras porque, em dez anos, o Brasil terá com o biodiesel o mesmo sucesso que hoje tem com o Proálcool.