Depois de um período de cotações muito baixas, o mês de janeiro foi de recuperação para as commodities no mercado internacional. O mesmo cenário ocorreu nos preços praticados no mercado interno. Se considerados os produtos agrícolas no atacado, aqui no Brasil, as cotações tiveram alta de 6,2% em janeiro, na comparação com dezembro. Em relação a janeiro de 2008, os preços ficaram 1,3% mais altos.
Mas na avaliação da RC Consultores, esse cenário é transitório e pode mudar a partir de fevereiro. Os analistas acreditam que esta alta ocorreu, basicamente, pelos problemas climáticos enfrentados pela Argentina. Por isso, a consultoria acredita que, com a entrada da safra brasileira no mercado e a economia mundial ainda em processo de desaceleração, com baixa demanda, os preços devem voltar a patamares mais baixos.
Já o diretor da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, faz uma previsão mais otimista e acredita que a alta deve se manter.
? Com crise ou sem crise, o nível de estoques mundiais de soja, milho, de grãos é um nível relativamente baixo, do ponto de vista histórico. Portanto, por mais que tenha um cenário de recessão econômica mundo afora, as pessoas não vão cancelar a decisão da compra de comida. Isso, no nosso entendimento, mantém os preços estáveis ou mesmo crescentes. Na China, mesmo que não cresça 11% e cresça 5% ou 6%, as pessoas que não comiam nada ou quase nada passaram a comer alguma coisa. Lógico que não vamos ter as taxas de crescimento que nós vimos nos últimos dois ou três anos, mas algum crescimento é esperado no consumo de alimentos lá fora. E isso, no nosso entendimento, é suficiente para sustentar preço de commodities agrícolas.