O Rio Grande do Sul já chegou a plantar 200 mil hectares de feijão. Hoje, as lavouras ocupam metade desta área. Mais do que incentivar o plantio, a campanha lançada pelo governo quer aumentar o consumo.
? O feijão e o arroz possuem qualidades nutricionais e funcionais que são excelentes para a saúde humana. E nós precisamos melhorar, portanto, a qualidade da nossa alimentação. Tem a ver com a questão de uma alimentação nutritiva, tem a ver com a questão da obesidade ? explica Luiz Fernando Mainardi, secretário de Agricultura gaúcho.
O programa quer estimular o desenvolvimento de novas variedades de feijão para reverter este quadro. Órgãos de ensino e pesquisa já trabalham em cinco Estados com mais de 50 experimentos por ano.
? A ideia da produtividade continua em vigor, mas o que se busca basicamente é uma cultura mais sustentável, uma cultura que seja mais resistente a doenças, a pragas ? afirma Luciano Kayser, diretor técnico da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro).
Novos cultivares
Desde o início do século, a produtividade das lavouras de feijão aumenta graças ao desenvolvimento de novas cultivares. Para que elas sejam aprovadas e registradas pelo Ministério da Agricultura, é preciso ter um rendimento superior a média da mais plantada e da mais produtiva em cada Estado.
Agora, o desafio é produzir um feijão capaz de conquistar não só o produtor rural, mas também o consumidor. Os especialistas da Fepagro querem descobrir o que mais querem as donas de casa.
? Na compra do feijão limpo, com uma boa apresentação, de um tamanho bom, médio, bem cheio, sem a presença de impurezas e que, depois, na hora do fogão, cozinhe rápido, que dê um caldo também atraente, que normalmente é um caldo marrom nem muito escuro e nem muito claro. Elas querem um feijão que tenha também sabor ? acredita Juarez Fernandes de Souza, melhorista de feijão.