Consumo de vinhos importados deve crescer 28% no primeiro semestre

Ibravin tenta traçar estratégia para promover o produto brasileiroA cadeia do vinho ficou dividida depois que a indústria nacional pediu ao governo federal a adoção de medidas que protejam os produtos nacionais da entrada de importados. A chamada salvaguarda ainda está em análise. Representantes do setor que participam, nesta semana, de uma feira em São Paulo afirmam que um dos caminhos para o desenvolvimento das vinicolas nacionais é o aumento do consumo da bebida aqui no Brasil.

Os vinhos importados conquistam cada vez mais os paladares brasileiros. Dados do Instituto Brasileiro do Vinho, o (Ibravin) apontam que, no primeiro semestre desse ano, a entrada desses produtos deve crescer 28%.

Apenas os rótulos italianos tiveram incremento de 59%. Os portugueses, 25% e os espanhóis, 22%. Por causa disso, países da América do Sul, como Argentina e Chile, também apostam mais no Brasil.

Nos anos 1990, o brasileiro consumia 90% do produto produzido aqui, apenas 10% vinham de outros países. Duas décadas depois, os números se inverteram: hoje, atualmente o país absorve apenas 10% da demanda brasileira.

Para proteger o vinho nacional, entidades do setor vitivinícola enviaram, há três meses, um pedido de salvaguarda ao governo contra os vinhos importados. A solicitação provocou muita discussão. Restaurantes chegaram a tirar a bebida produzida no Brasil de suas cartas.

Vinicultor da Região Sul, Júlio Kunz está há dois anos no mercado. No total, produz 70 mil litros da bebida com uvas nobres. Não fossem as restrições, a produção seria maior.

–  Por conta do boicote, não estou conseguindo entrar no mercado Sudeste – afirma.

Para vencer essa briga entre a indústria nacional e os importadores de vinho, produtores apostam em conquistar mais consumidores aqui no Brasil e aumentar a demanda pela bebida. Cada brasileiro consome, em média, dois litros de vinho por ano. O ideal segundo o Ibravin seria que este número saltasse para, pelo menos, três litros.