O 10º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) reúne milhares de pequenos produtores de diversas regiões do país desde terça, dia 10, até este sábado, dia 14. Além de definir grandes bandeiras do movimento sindical, como a reforma agrária, o evento serve também para dar voz aos problemas regionais, que podem ser considerados menores, mas constroem o cotidiano de quem vive no campo.
No Grito da Terra deste ano os trabalhadores rurais querem pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais rigor na política agrícola para agricultura familiar, mais ações para realizar a reforma agrária no país e aumento do intercâmbio entre os moradores do campo e organizações internacionais.
Para os dirigentes da Contag, o principal avanço das discussões foi em relação à demarcação de limites para as propriedades.
? Nenhum proprietário de terra no Brasil, seja quem for, pode ter mais do que 35 módulos fiscais numa região que tem mais de 3,5 mil hectares, é muita terra ? disse o secretário de Política Agrária da entidade.
Os agricultores familiares estão fazendo um abaixo-assinado contra os latifúndios. O movimento quer coletar até o fim do ano 2,5 milhões de assinaturas e pretende, em 2010, encaminhar uma proposta ao Congresso Nacional para que as propriedades rurais tenham um limite máximo de área.
Neste sábado os mais de três mil representantes dos sindicatos do setor definem a nova diretoria da Contag e decidem se o movimento deve ou não se desfiliar da Central Única dos Trabalhadores (CUT). A medida é reivindicada por outra corrente sindical, que defende a Contag como um movimento independente.