O financiamento habitacional não fica atrás. Em junho deste ano, o prazo médio ficou em 3.858,26 dias corridos, recorde da série iniciada em junho de 2000, quando foram registrados 2.058,83 dias corridos. Nessa comparação, o crescimento foi de 87,4%. No caso do financiamento de carros, que iniciou a série com 457,24 dias corridos, o prazo chegou a 548,44 dias corridos em junho deste ano.
Segundo o conselheiro da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel de Oliveira, o crescimento do prazo para a compra de veículos não é tão expressivo porque são bens com prazo de vida útil reduzido. De qualquer forma, ele afirma que a tendência é de aumento dos prazos em todos os tipos de financiamento.
? O país vive um bom momento econômico, com geração de emprego e renda. Assim, os bancos estão mais confortáveis para emprestar, com baixo risco de inadimplência ? avalia.
Oliveira destacou que os bancos são criteriosos na análise de risco na hora de ofertar o crédito. Por isso, segundo ele, o risco de alta descontrolada da inadimplência é pouco provável. Ele destaca ainda que o crédito é importante para girar a atividade econômica, pois, no seu entender, isso contribuiu para que muitos consumidores subissem de classe social ao comprar bens, como eletrodomésticos.
A economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Virene Matesco lembra, entretanto, que os consumidores precisam tomar cuidado com o acúmulo de prestações. Para ela, é uma característica do brasileiro pegar empréstimos e observar somente se a prestação “cabe no bolso”.
? Pode chegar uma hora em que haverá estrangulamento do orçamento da família ? alerta.