A seca sempre foi o componente das histórias nordestinas. O semiárido era visto como o lugar de abandono. A realidade mudou, e agora os produtores do sertão pernambucano estão animados com as novas culturas de pera e maçã.
O produtor Milton Bin, que começou do zero, se enche de orgulho e satisfação ao mostrar as pereiras. Há menos de um ano ele plantou e, daqui a três meses, espera colher pelo menos 40 de toneladas por hectare. Com as macieiras não é diferente, e elas já mostram as primeiras flores. Um sinal de que todo o cuidado está dando resultado.
Tudo começou com a ousadia do pesquisador da Embrapa Paulo Roberto Coelho. Foram mais de cinco anos de estudos e adaptação das variedades da pera e da maçã. O principal objetivo do estudo é aumentar a diversidade de culturas que são produzidas no Vale do São Francisco, um dos maiores polos de produção de frutas do país.
? Foram investidos mais de R$ 2 milhões. O objetivo é oferecer ao produtor mais possibilidade de cultiva na região ? disse Luís Frota, superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paraíba (Codevasf).
No início ninguém acreditava que era possível, mas hoje, a ideia atrai também produtores de outros Estados. É o caso de Carlos Prado. Ele veio do Ceará, onde também já possui uma área com peras e maçãs no semiárido.
? Já implantei a cultura na minha propriedade e estou animado ? declarou Carlos Prado.