– Aplicou-se muito inseticida de amplo impacto no começo da safra e eles acabaram atingindo também a mosca-branca e seus inimigos naturais. Como a praga consegue se reproduzir em maior velocidade e quantidade do que o inimigo natural, chega no fim da safra, a população dela aumenta, não tem inimigos naturais, e acaba gerando problemas – explica Pitta, que ainda destaca situação semelhante ocorrida com a lagarta falsa medideira (Pseudoplusia).
Especialistas alteram para a importância de controlar a praga, que pode causar problemas na segunda safra de milho ou de algodão. Além de sugar a seiva das plantas, reduzindo a produtividade da lavoura, a mosca-branca pode transmitir viroses para as plantas, sobretudo para o algodão. O inseto ainda excreta nas folhas uma substância que favorece a formação de fumagina, causada pelo fungo Capnodium sp.. Esta fumagina, de coloração preta, reduz a capacidade de fotossíntese da planta. Desta forma, o produtor deve fazer o controle da praga para garantir o antes de iniciar a segunda safra.
– Temos uma imensidão de soja em Mato Grosso. É uma cultura em que o inseto se reproduz bem. Então conseguimos produzir uma quantidade muito grande de insetos. O problema vem agora na sequência. Apesar do milho não ser um hospedeiro natural, a população é tão grande que ela precisa se alimentar. Na safra passada já vimos milho morrendo por causa da mosca-branca. E tem o algodão na sequência, que aí sim é um bom hospedeiro – destaca o pesquisador da Embrapa.
Com a redução da população de inimigos naturais no campo, responsáveis por fazer um controle biológico, a principal forma de controle da mosca-branca é com a aplicação de produtos químicos.
– Hoje estamos dependentes basicamente do controle químico. Temos poucos produtos e são aqueles usados no controle do percevejo. Este, aliás, é um dos fatores que podem ter contribuído também para aumento da população de mosca-branca. Como a população de percevejo não foi muito alta, foi reduzida a quantidade de aplicações para percevejo e acabou sobrando mosca-branca – analisa Rafael Pitta.